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RIO OCREZA
Ocreza significa rio do ouro, metal que aqui era explorado pelos romanos e pelos povos que os antecederam e que aqui deixaram os evidentes sinais da sua forma de vida, desenhados nas lagariças e nos monumentos funerários que podemos ainda observar nos arredores deste rio.
Ao longo do leito do rio Ocreza encontrámos marcas de antigos trilhos que geralmente vão dar aos moinhos, estrategicamente colocados à beira do rio, protegidos por represas. Estas azenhas ou moinhos de água desempenharam um papel económico muito relevante na produção de farinha de diversos cereais, em tempos que o pão era rei na mesa. Geralmente, associada ao moinho estava a casa de habitação em que os moleiros viviam com as suas famílias. Em tempos, que já lá vão, vivia por ali muita gente. Associada ao moinho e à casa de habitação estava uma pequena horta, por vezes encontrámos, também, já meio desmoronadas as paredes da pocilga. Viver nas margens do rio, em tempos de pesca, mais abundante o peixe servia de complemento e por vezes de prato principal à parca economia familiar.
Estes trilhos de pequena rota idealmente destinados ao pedestrianismo e a btt, ao exercício de observação da fauna e flora destas paragens remotas, durante a noite são terra de ruídos estranhos, caminhos percorridos pelos animais no seu meio natural.
O rio Ocreza nasce na Beira Baixa, recebe águas de diversas ribeiras e das escorrências resultantes da pluviosidade. Ao longo do seu percurso o aglomerado rochoso varia entre o xisto e o granito. A área que temos vindo a percorrer, tendo por finalidade definir os percursos é constituída por grandes aglomerados graníticos que aqui e ali, ladeiam as margens do rio. Ao longo deste percurso do rio nos arredores das povoações de Salgueiro e Caféde o granito é a rocha dominante, envolve as margens alarga e estreita o leito do rio e por vezes aparece em grandes afloramentos dispersos pelo meio das encostas.
Este rio foi um poderoso agente de fixação humana como facilmente podemos constatar percorrendo as suas margens, aqui os moinhos variam de dimensões, estrategicamente colocados no meio do rio aproveitando o granito, até aos mais vulgares, de maiores dimensões, junto a represas nas margens do rio.
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