A caverna é o titulo de um livro do nosso Prémio Nobel da Literatura (1998) José Saramago.
O livro conta uma história de gente simples: um oleiro, um guarda, duas mulheres e um cão muito humano.
A família de oleiros vê a profissão tradicional ser derrubada pelas novas tecnologias, tentam sobreviver num mundo simples, mas sentem-se engolidos pela cidade, pela industria e pelo comércio de produtos modernos.
Nenhuma coincidência com o mundo real é acidental. As novas gerações estão cada vez mais ligadas à mídia e ao consumo como modelo de vida. Olhamos para imagens fabricadas e as concebemos como realidade. Construímos sombras de nós mesmo em redes sociais, convencendo os outros de sermos o que apresentamos. Vivemos a olhar para monitores, écrans, em suma imagens virtuais, e não nos viramos e olhamos para o que nos rodeia. A Caverna é, infelizmente, atual e “essas pessoas somos nós”.
É pois uma versão moderna do mito da caverna de Platão, com José Saramago a fazer uma apresentação subtil da face cruel do mundo capitalista e tecnológico.
Platão, República, Livro VII
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