Mambucaba é um distrito do município de Angra dos Reis, no litoral oeste do estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Inicialmente, era composto apenas pela Vila Histórica de Mambucaba, popularmente conhecida como Mambucabinha, tendo, atualmente, em sua área, as localidades de Praia Brava (administrada pelas Centrais Nucleares Almirante Álvaro Alberto, Praia Vermelha e o bairro Parque Mambucaba, todas no município de Angra dos Reis. Dá nome, também, às vilas Residencial e Operária de Mambucaba, já no município de Parati.
Em seu litoral, há a praia de mesmo nome, dividida pelo rio Mambucaba em dois trechos (o primeiro, angrense, com cerca de quinhentos metros e o segundo, paratiense, com cerca de dois quilômetros.
O nome, de origem indígena, tem significado controverso. Alguns afirmam que deriva de mambuca, uma pequena abelha sem ferrão mais conhecida como "japurá" (ou abelha-cachorro), abundante na região. Alguns outros que se refere a uma planta muito abundante ali. Há ainda outros que defendem significar passagem. Esta última interpretação busca origem no fato de que, margeando o rio, temos um caminho que já era utilizado pelos índios da região como meio de ligação com o planalto paulista. Esse caminho chegou a ter longos trechos calçados, utilizando-se de mão de obra escrava, para o escoamento da produção de café dos "barões do café".
O nome "Mambucaba" também designa o rio que, junto à povoação, encontra o mar, tendo sua nascente no estado de São Paulo, dentro do Parque Nacional da Serra da Bocaina, no município de São José do Barreiro. Dentro do território fluminense, o rio marca a divisa entre os municípios de Angra dos Reis e Parati.
O primeiro registro sobre Mambucaba talvez seja a aldeia tamoia de Mambucaba, que é citada no livro do mercenário alemão Hans Staden História verídica e descrição de uma terra de selvagens..., de 1557[1] , o qual estabeleceu contato com os indígenas locais no século XVI.
Há relatos de época sobre a resistência dos índios, que utilizavam o lugar como local de coleta de alimentos. Diante da ocupação da região pelos portugueses no século XVI, os índios teriam permanecido na margem sul do rio, de onde atacariam com frequência os portugueses que se instalaram na margem norte (local da atual vila). Os portugueses eram obrigados a manter vigilância diuturna diante da ameaça. Os europeus persistiram no local e, ainda no século XVI, estabeleceram, ali, um importante ponto de caça a baleia para produção de óleo. Cabe salientar que esses locais eram de tamanha importância para o reino português que seu estabelecimento só se dava com autorização do próprio rei.
Do final do século XVIII ao XIX, essa localidade foi importante porto exportador de café e importador de escravos para o Vale do Paraíba, situado na foz do Rio Mambucaba, já que aqueles que eram comprados no Município Neutro, atual cidade do Rio de Janeiro, vinham em embarcações até as ilhas situadas em frente à Vila e lá era feita sua triagem e encaminhamento para as fazendas serra acima.
A vila ganhou um casario significativo durante a época áurea do café, tendo um teatro, uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário, razoável e variado comércio, havendo registros do estabelecimento de um vice-cônsul da França na localidade. Com a decadência do porto, após a ligação ferroviária entre São Paulo e Rio em 1872, passou por décadas de abandono e letargia econômica.
Em 1968, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional — IPHAN, sendo um dos raros sítios históricos brasileiros que foram tombados em sua totalidade, não somente as edificações, mas também o traçado urbano e equipamentos referentes à ocupação do local estando, hoje, tal situação bastante desfigurada.
A abertura da rodovia Rio-Santos no início da década de 1970 chegou a ameaçá-la, gerando vários protestos de movimentos culturais da sociedade civil em Angra dos Reis. Nessa década, ainda foi desativada o posto policial lá existente, sendo instalada uma companhia de Polícia Militar em barracões à margem da rodovia, agora com a finalidade de fornecer proteção às obras de construção da Usinas Nucleares.
Nas décadas seguintes, com a chegada da energia elétrica (1984), rede de água potável e calçamento de suas ruas, o turismo de veraneio se estabeleceu como a principal fonte de desenvolvimento local, juntamente com o estabelecimento de moradores vindos de outras regiões do estado e do país à procura de trabalho nas Usinas