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Obelisco de Algalé Traditional Geocache

Hidden : 11/12/2015
Difficulty:
2.5 out of 5
Terrain:
3.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:

Uma cache para quem gosta de desafios radicais, do contacto com a natureza e de História

 


Esta é uma Cache Nomeada dos Prémios GPS 2015




Obelisco de Algalé


O Obelisco de Algalé, entre Alcácer do Sal e Torrão, assinala o local onde foram fuzilados 26 Oficiais Liberais em 4 de Novembro de 1833. Este acontecimento, chamado o Massacre de Algalé, foi o culminar da derrota liberal na Batalha de Alcácer do Sal.
A Batalha de Alcácer do Sal, que opôs Liberais a Absolutistas, teve lugar no dia de 2 de Novembro de 1833 e resultou na vitória dos partidários de D. Miguel.
Dois dias depois da Batalha de Alcácer, a 4 de Novembro de 1833, vinte e cinco oficiais liberais e o sargento Paulo Jorge acabaram executados sumariamente ali. A inclusão do sargento Paulo Jorge deveu-se ao facto deste ter pedido ao comandante da força em que estava integrado, o alferes Francisco José de Almeida, para que este o desse como oficial pensando que por isso seria mais bem tratado. 
No local da execução fora mandada erguer uma coluna em pedra com cerca de três metros de altura onde seria inscrito um Epitáfio em forma de quadra, da autoria de António Feliciano de Castilho, um dos maiores vultos das letras portuguesas do século XIX. Para além do Epitáfio, logo abaixo seria inscrita a narração histórica dos acontecimentos bem como o nome dos oficiais executados.
O episódio viria posteriormente a ser muito explorado pela propaganda liberal, que lhe chamou o "massacre de Algalé", o "episódio de Algalé" ou o "massacre da Ponte de Algalé". 
Estes desfechos foram o culminar dos ódios extremos entre as duas facções contendoras e que resultaram em actos de extrema crueldade de parte a parte.
Para além das discussões que perduraram nas décadas seguintes, também houve romarias ao local. Um dos que se deslocou ao local foi Bulhão Pato o qual deixou a seguinte descrição:

Na Primavera de 1860, partimos de Alcacer do Sal, com o meu velho amigo Antonio de Campos Valdez e mais alguns companheiros, para visitar a Ponte de Algalé. Era um dia de abril magnifico. Jornadeamos a cavallo, na melhor disposição de espirito. Algalé é um valle, apertado e triste. A ribeira bordada de arvores mal medradas. Grandes bandadas de corvos crucitando. Algumas d’essas aves, tão vivazes como funestas, teriam repastado nos cadaveres d’aquelles vinte e seis infelizes, que foram atirados para um covão, uns sobre os outros, crivados de ballas, ensanguentados, quasi todos ainda palpitantes!

O sol, pelas duas da tarde, n’um céu sem mancha, faiscava rutilante. Nos vallados sarçosos abriam os botões da piorneira e da amora; nos ramos dos choupos, e ás bandadas nos cardos, enflorados e hostis, as chamarizes, verdes e doiradas, esvoaçavam, no chilrear alvoraçado e alegre dos dias vernaes, azues e perfumados.
Todavia o valle continuava a ter um aspecto lugrube para mim. A nossa jovialidade esmoreceu. Approximámo-nos do covão e do monumento. Aquella repugnante tragedia teve episódios medonhos. Fazem lembrar essas scenas as nossas carnificinas do Oriente. Os presos vinham a quatro e quatro. Os vinte e seis teriam de ser espingardeados só com seis fusis de pederneira, de que alguns falhavam fogo!

Calcule-se o tempo que durou o pavoroso morticínio!

Houve animos varonis, que não fizeram uma supplica. Outros esmoreceram, implorando!... chorando!... Um horror! E Noronha, com o seu coração de bronze, inabalavel, no meio da brutal e sangrenta matança!

O monumento levantado em Algalé é pequeno e sem mérito algum artístico. Ergueram-o junto da valla, onde foram sepultados os cadaveres. 

N‘uma das faces estão inscriptos os nomes das victimas. N’outra face uma quadra.
Ao ermo do logar, á memoria do drama que alli se deu, como se casam estes soberbos versos! 
 
Aqui da tua pátria os defensores
Tragaram do martyrio, inteira a taça!
Viandante, leva as lagrimas e as flores;
lê só! curva o joelho, adora e passa!

Lê só! – Concisão admirável!
O grande mestre da língua, o poeta do Amor e melancholia – Castilho, o luminoso cego, resumiu toda aquella tragedia n’esses quatro versos!

Para saber maisO Torrão no contexto da Guerra Civil: A Batalha de Alcácer do Sal e o Episódio de Algalé

 

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