A Fonte da Barreta teve uma importância assinalável no abastecimento de água potável, tanto às pessoas de Riachos, como às mais vizinhas dos Foros da Barreta e Caveira. O facto de ter sido remodelada e melhorada no princípio dos anos sessenta, tornou-a bastante concorrida. Nessa época, chegava-se a fazer fila para encher as quartas ou enfusas. Um caudal substancial e regular durante todo o ano, o piso cimentado, uns poiais para colocar o vasilhame ou poder sentar-se e, ainda, a sombra dos sobreiros, tornaram esta fonte a eleita pela demanda da água. Outra característica importante, é o bebedouro para animais, muito utilizado essencialmente por rebanhos de ovinos e caprinos.
Esta fonte ainda hoje se encontra em muito bom estado de conservação, tendo há muito pouco tempo sido alvo de limpeza e pintura. Sobre a qualidade da água, presentemente, não existe informação, mas, há anos atrás, foi declarada imprópria para consumo. No terreno sobre o qual está o seu manancial, foi substituído o antigo olival por exploração de milho. A rega com água captada no rio e a utilização de adubos químicos, ditaram a interdição temporária ao consumo humano.
Por finais dos anos sessenta e na década seguinte, era água da Fonte da Barreta vendida de porta em porta, transportada em cântaros de barro, primeiro numa carroça e, mais tarde numa camioneta.
Com o decorrer dos tempos, acabaria o “homem da água” por trocar a Fonte da Barreta por uma outra mais distante e também as quartas de barro por vasilhame em plástico.
Era também para a Fonte da Barreta que confluíam muitas famílias para “apanhar a espiga” na Quinta-feira da Ascensão. Sob as sombras dos sobreiros estendiam-se mantas, sobre as quais se colocava o lanche ou se dormia a sesta. Bebia-se água da fonte, e não só…
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