O Cruzeiro de Almofala ergue-se numa elevação sobre a freguesia, junto a uma encruzilhada, onde passa o caminho velho ligando Figueira de Castelo Rodrigo a Escarigo, cuja igreja matriz integrava a rota de peregrinação local a Santiago de Compostela. O monumento destinava-se a assinalar a rota, demandada pelos peregrinos que, da Beira Baixa, se dirigiam a Santiago pelo caminho ligando a Guarda a Barca d'Alva, e que seguia a partir deste ponto por uma estreita rua de Almofala, conhecida por "calle canta la rana". É um cruzeiro quinhentista, de tipologia manuelina, compondo mais um testemunho da série de construções, melhoramentos e embelezamentos efetuados ao longo dos caminhos de peregrinação compostelanos no reinado de D. Manuel, que realizou a sua peregrinação pessoal em 1502, e era conhecido devoto do Apóstolo.
O cruzeiro, em granito da região, é composto por um soco de dois degraus quadrados, hoje colocados sobre uma larga base calcetada, sobre o qual se levanta a coluna e a cruz. A coluna, com base tronco-cilíndrica, sustenta um capitel prismático onde se destacam as imagens de um cordeiro, alusão cristológica evocada na designação de "cruzeiro do Divino Manso Cordeiro" igualmente dada ao monumento, e da vieira, símbolo de Santiago, juntamente com representações heráldicas. Sobre o capitel pontua a cruz, latina, de braços prismáticos revestidos por esferas.