O saneamento das águas residuais advém da necessidade de tratar a Água que é consumida antes de ser devolvida ao meio recetor. Contudo, a água que é consumida têm de ser tratada para poder ser reutilizada. As chamadas águas residuais ou efluentes (de uso doméstico ou industrial), são recolhidas e encaminhadas para as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). Mas nem sempre foi assim. No início do século XX a zona de Cascais e da Costa do Estoril, consideradas das zonas turísticas mais importantes do país, assistiram a um aumento significativo na população residente e consequentemente no número de habitações existentes. Neste período as rejeições de efluentes domésticos iam diretamente para as praias da zona, devido à escassez de redes de saneamento, deteriorando a qualidade da água. Esta problemática conduziu ao desenvolvimento de um sistema de saneamento que fosse capaz de sustentar as novas necessidades, assim, entre 1951 e 1954 foi construída a Estação de Tratamento de Águas Residuais da Guia, em Cascais. Para resolver este problema crescente, deu-se início ao processo de desenvolvimento de uma sistema de saneamento da Costa do Estoril. Numa primeira fase foi criado o Gabinete de Saneamento Básico da Costa do Estoril e, em 1995, foi constituída a SANEST – Saneamento da Costa do Estoril que assumiu a conclusão e gestão do Sistema em regime de concessão até ao ano 2020.. A ETAR da Guia está dotada de Tratamento Primário com tratamento complementar de desinfeção na época balnear. Estes processos, são desenvolvidos em duas instalações conhecidas com Fase Líquida (ETFL) e Fase Sólida (ETFS). A primeira fase de tratamento de águas residuais tem lugar na FASE LÍQUIDA, e é composta pelos seguintes processos.”ETAR DA GUIA”
TAMISAGEM - Neste processo são retiradas partículas sólidas iguais ou maiores a 3 mm. ..
DESARENAÇÃO - É a extração de areias com diâmetro superior a 0,2 mm. Após a extração, as areias e gradados retirados seguem para um aterro...
DECANTAÇÃO PRIMÁRIA - Neste processo, é feita a separação gravítica dos flóculos. Para melhorar o processo, são adicionados reagentes que facilitam a formação de flóculos, tornando as partículas mais pesadas, que por esta via vai melhorar a eficiência da decantação. A matéria sólida resultante da decantação, lama, segue para a ETFS. Reutilização. Depois, uma parte do caudal é tratado biologicamente para reutilização como poerá ser o caso da rega de jardins e lavagem de ruas. O restante caudal segue para o emissário submarino, que o transporta até ao meio recetor, a cerca de 3 km da costa e a 45 m de profundidade.
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Durante o verão são ainda incorporados dois processos complementares, durante uma fase chamada de TRATAMENTO COMPLEMENTAR: .
FILTRAÇÃO - Neste processo são retiradas as partículas finas ainda em suspensão. Estas partículas são adicionadas às lamas provenientes da fase de decantação primária. .
DESINFECÇÂO POR UV - Aqui, as águas residuais passam por uma Desinfeção por Raios Ultravioleta, antes de serem rejeitadas através do emissário submarino.
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Após a Fase Líquida, o tratamento das águas residuais passa para a Fase Sólida:”ETAR DE MURCHES”
TRANSPORTE DAS LAMAS - Durante o processo de Decantação e Filtração, as areias recolhidas seguem para uma conduta elevatório subterrânea onde são bombeadas até à Estação de Tratamento da Fase Sólida.
TANQUES DE RECEÇÂO DE LAMAS - As lamas provenientes da ETFL são recolhidas nos tanques de receção de lamas e são homogeneizadas.
ESPESSAMENTO MECÂNICO - Depois de homogeneizadas, as lamas passam por um processo de centrifugação mecânica onde são espessadas.
DIGESTÃO ANAEROBICA - Neste processo é feita a estabilização biológica das lamas por decomposição da matéria orgânica à temperatura de 35º C. Biogás – na Digestão Anaeróbia, forma-se o Biogás que é parcialmente utilizado como fonte de energia da própria estação de tratamento.
TANQUE DE ARMAZENAMENTO - Depois da Digestão Anaeróbia, as lamas são guardadas nos tanques de armazenamento, antes de seguirem para o processo de Desidratação.
DESIDRATAÇÂO - A Desidratação é feita através do processo de centrifugação, onde parte da água é retirada. No final deste processo, as lamas têm ainda cerca de 75% de água.
SECAGEM TÉRMICA - As lamas já desidratadas poderão ser submetidas ao processo de Secagem Térmica, onde é removida quase toda a água que ainda existe. No final, o resultado é um granulado com apenas 10% de humidade e sem cheiro.
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