Os Dominicanos no Porto
A presença dominicana na cidade do Porto remonta à primeira metade do século XIII. A chegada a esta cidade deu-se no ano de 1237 pela acção do bispo D. Pedro Salvador, o qual, escrevendo ao Capítulo Provincial que decorria na cidade de Burgos (Castela), solicita a vinda dos dominicanos, concedendo-lhes, inicialmente, todas as ajudas necessárias para a sua implantação. Segundo Fortunato de Almeida, na sua História da Igreja em Portugal, o bispo D. Pedro pede que fundem um convento nesta cidade, "a fim de auxiliarem a remediar as desordens de toda a espécie que lavravam nella e nas terras vizinhas".
A fundação do Convento de São Domingos, tendo como grande benfeitor o rei D. Sancho II, é de 1239 e, por sinal, foi o mais antigo da cidade do Porto. A sua construção concluiu-se em 1245.
Sabe-se que os primeiros dominicanos, nesta cidade, foram Fr. Gualter e Fr. Domingos Galego.
A permanência dos dominicanos na invicta só foi interrompida com a extinção das ordens religiosas em 1834. A partir desta data, a nossa Ordem fez-se representar, apenas, pela comunidade dos religiosos irlandeses do Corpo Santo, em Lisboa. Será nesta comunidade que se iniciará o longo processo que conduzirá à restauração da Província Dominicana no nosso país, ocorrida a 11 de Março de 1962, ou seja, praticamente 128 anos depois da lei de extinção decretada pelo ministro Joaquim António de Aguiar.
Os dominicanos regressam ao Porto em 1938, com a abertura de uma casa. Em 1949, por insistência do Bispo D. Agostinho de Jesus e Sousa, a comunidade desloca-se para o Bairro Gomes da Costa e começam-se as iniciativas para a construção do actual Convento. Convém referir que para a realização deste projecto contribuíram variadíssimas pessoas, onde se destacam o Fr. Estêvão Faria, então superior da comunidade, e o Prof. Dr. Luís de Pina, que obteve da Câmara Municipal o terreno onde estão o Convento, a Igreja e o Centro Paroquial. A dedicação da nova Igreja ocorreu no dia 25 de Maio de 1954, sob a presidência do D. Francisco Rendeiro. Passados pouco mais de 5 anos, no dia 25 de Outubro de 1959, é restaurado oficialmente o Convento do Porto, agora com a invocação de Cristo Rei.
Segundo o testemunho do Fr. Bernardo Domingues, "o desenvolvimento citadino e a actividade social e religiosa entraram em apreciável dinâmica de integrado crescimento assim como a consciência colectiva de que Cristo Rei era, de facto, uma comunidade social e religiosa com características próprias. Por isso, já em 1963, houve um movimento de leigos para que se tornasse, de facto, uma Paróquia." Facto que só viria a acontecer no dia 02 de Fevereiro de 1979, pela mão do então Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes. Nomeou-se para primeiro pároco desta Paróquia o Fr. Eugénio Boléo, seguindo-se, alguns anos depois, o Fr. Rogério Amorim que levaria a execução o actual Centro Paroquial.
Presentemente, a comunidade conventual, constituída por sete irmãos, presta serviços à comunidade paroquial que neste momento congrega múltiplas actividades pastorais: Catequese, Convívios, três conferências vicentinas, fraternidades leigas, a Legião de Maria, Fé e Luz, Escoteiros, Guias, etc). Refira-se, também, que desde 1997 funciona, no nosso Centro, o Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes, onde são ministrados diversos cursos para centenas de pessoas que todos os anos se inscrevem nesta instituição ligada ao saber.
Notas:
De noite é mais fácil de fazer sem dar nas vistas
Não tem material de escrita
Não está no muro
Utilizem os lados das folhas