Skip to content

A Curva do Mónaco Traditional Geocache

Hidden : 4/24/2015
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   micro (micro)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:


A Curva do Mónaco sempre despertou em mim encanto. Era a curva da morte, nos anos sessenta e setenta. Tem um nome charmoso: Mónaco. E a geometria da curva tem qualquer coisa entre perigo e aventura. Imagino por lá minis vermelhos e brancos a acelerarem a grande velocidade, quando havia sonho e romantismo nos automóveisdos anos sessenta. O Restaurante do Mónaco, ali a abraçar a curva, chique e caro na época em que a classe média alta da linha mostrava bom gosto, encanto e um mundo social entre sexo e dança.

Hoje a Curva do Mónaco lá está: mais segura, decadente, nostálgica e o seu restaurante a dar os últimos suspiros. Há por lá baile ao fim de semana, para velhotes solitários em busca de uma alma gémea para o Céu, pescadores furtivos, ciclistas lançados, e gente que por ali passa meia vagabunda.

Por detrás da Curva há chalés recentes, numa encosta que é das mais belas da Linha. Casas com vista sobre o rio e o mar que o abraça. Imagino varandas ao fim da tarde com música tropical, bebidas geladas e cheiros a mar. Há ainda atrás da Curva, casebres abandonados, à espera de um tempo bom para investir numa zona invejável.

Ontem peguei na minha bicicleta e, a conselho de amigos ciclistas, decidi explorar aquela paisagem permitida pelo caminho que arranca à saída da curva, passa pela estação da Cruz Quebrada e acaba na praia de Algés. Entre a linha do comboio e o Tejo, persiste uma vida de gente à margem, que sobrevive da pesca artesanal. Por ali comem peixe fresco, fazem churrascos, convivem entre barracas e carros velhos que conseguem mover-se. Parece uma paisagem de Antonioni, um deserto vermelho de solidão, paz e grande interioridade.

O comboio passa com frequência, rápido, vencendo uma outra curva, a da falésia de Gibralta que desabou há quarenta anos sobre um comboio, fazendo várias mortes. Ainda se vê por ali a arquitectura promovida por Duarte Pacheco, com escadarias que ligavam a Marginal ao rio, num tempo em que os carros pretos passeavam na estrada como se estivéssemos em Acapulco e a vida fosse um filmetechnicolor filmado à medida do sonho.

 

Por Luis de Carvalho, em Maio de 2009.
 

Espero que gostem de visitar este local. Sejam discretos na procura da cache pois a sua durabilidade depende de vós.

Additional Hints (No hints available.)