CAVIDADES VULCÂNICAS
As cavidades vulcânicas, não sendo fenómenos geológicos muito comuns, encontram-se em locais do globo onde o magma ascende à superfície, como por exemplo nos Açores, Canárias, Islândia, Itália, Estados Unidos, Japão, Quénia e Coreia.
O arquipélago dos Açores, dada a sua natureza vulcânica e a presença de escoadas lávicas basálticas, apresenta um diversificado património espeleológico.
Podem considerar-se dois tipos principais de cavidades vulcânicas: as grutas ou tubos lávicos e os algares vulcânicos.
Os tubos lávicos resultam do arrefecimento das zonas da escoada lávica em contacto com o ar e as formações envolventes (laterais e em profundidade), formando-se uma crosta mais ou menos endurecida, debaixo da qual continua a escorrer lava ainda quente e fluida. Posteriormente, devido a uma diminuição nas emissões a partir da boca eruptiva, há um abaixamento do nível de lava no interior do tubo, com a formação de um vazio sob a crosta superficial já solidificada. Quando a erupção vulcânica termina, fica formada a gruta ou tubo lávico, podendo, mais tarde, ocorrer abatimentos do tecto, com a formação de skylights ou clarabóias. Com o decorrer do tempo ocorre, ainda, a colonização dos campos lávicos por plantas, em especial junto às aberturas da gruta.
Esquema geral da formação dos tubos lávicos
Os algares vulcânicos são, na sua maioria, antigas condutas ou chaminés vulcânicas, mais ou menos verticais, que se esvaziaram na sequência do aparecimento de uma nova boca eruptiva, a cota mais baixa, ou da diminuição nas emissões a partir de profundidade, originando uma drenagem lateral e/ou em profundidade do magma e o esvaziamento parcial das condutas de alimentação do vulcão. No final da erupção, com o arrefecimento e solidificação das condutas, podem ocorrer colapsos das paredes do algar, com incremento das suas dimensões e formação de depósitos de gravidade (e.g. derrocadas) no chão do algar. À semelhança dos tubos lávicos, é frequente a colonização por plantas da abertura do algar e das escoadas lávicas recentes
Tipos de Escoadas lávicas
As três principais formas que os fluxos de lava podem tomar são: aa ou escoriácea, pãhoehoe ou encordoada, e pillow lava ou lavas em almofada.
'Aa (do Havaiano a'â, que significa 'pedregosa' ou também 'queimar' ) ou escoriácea é um dos três tipos básicos de escoadas lávicas. As lavas Aa são caracterizadas pela sua superfície irregular, resultante da perda rápida de gases. É composta por blocos de lava fragmentados designados de clinker.
A superfície de uma escoada lávica Aa é solta, fragmentada e rugosa e serrilhada o que torna difícil caminhar sobre ela. A superfície de clinkercobre um núcleo maciço da escoada que foi a zona mais activa desta durante o movimento da escoada. À medida que a lava viscosa do núcleo movimenta-se pela encosta o clinker é arrastado à superfície da escoada. Na frente das escoadas do tipo Aa os fragmentos arrefecidos caem em direcção à base e são cobertos pela escoada que avança. Isto leva à formação de duas camadas de fragmentos arrefecidos: uma na base e outra no topo da escoada lávica. As lavas do tipo Aa são geralmente mais viscosas do que as do tipo pahoehoe e estas últimas podem formar escoadas Aa se o fluxo de lava se tornar turbulento devido à presença de obstáculos no terreno.
Pahoehoe (do Havaiano pahoehoe, que significa 'macio') ou encordoada são geralmente escoadas de lavas basálticas. A sua superfície é macia e encordoada. As escoadas deste tipo avançam como uma série de pequenos lóbulos e dedos que rompem continuamente a superfície arrefecida. A textura da superfície das escoadas lávicas do tipo pahoehoe é muito variável apresentando várias formas referidas por vezes como esculturas de lava.
Pillow lava (do inglês, que significa 'lava em almofada') ou lava em almofada Pillow lava são as escoadas lávicas típicas das erupções vulcânicas submarinas. Esta denominação deve-se à sua secção aproximadamente esférica, semelhante a almofadas. As lavas em almofada formam-se não apenas em mar profundo, mas também quando as lavas subaéreas correm pelas vertentes entrando em contacto com o mar, riosou lagos. As superfícies vítreas destas lavas não são lisas, apresentam gretas, enrugamentos e estrias lineares muitas das quais se intersectam em ângulos rectos. As lavas em almofada podem encontrar-se numa enorme variedade de formas incluindo bolbosas, esféricas, achatadas, alongadas e tubulares, e variam em diâmetro de várias dezenas de centímetros a várias dezenas de metros, contudo, o seu tamanho típico varia entre 0,5 e 1 metro. O interior das lavas em almofada arrefece mais lentamente que a cobertura exterior vítrea e consequentemente é mais cristalino. A cristalização a taxas de arrefecimento progressivamente mais lentas em direcção ao interior produz uma considerável variedade de texturas nas rochas.
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