Português
Freguesia vem do latim Filii Eclesiae, e significa "filhos da igreja". Esta honraria foi a única que se manteve no nome oficial dentre os bairros paulistanos, e que foi concedida como uma forma de divisão do Episcopado, facilitando assim a vida dos fiéis moradores de bairros longínquos, que não mais precisariam se deslocar por horas para receberem amparo religioso. Os demais bairros, como o Brás, Penha e Santo Amaro, aos poucos deixaram de usá-lo nos nomes, e a Freguesia de Nossa Senhora do Ó passou a ser chamada simplesmente de "Freguesia do Ó".
Nossa Senhora do Ó era a Santa de devoção do Bandeirante Manuel Preto, porém o nome correto é Nossa Senhora da Expectação (ou Esperança). O invocativo Ó, faz parte de sete antífonas cantadas durante a novena, que é realizada todos os anos como preparação para o Natal. O mesmo invocativo tornou-se inspiração para a canção "Punk da Periferia", de Gilberto Gil.
História
O primeiro registro de ocupação das terras do bairro remonta ao bandeirante Manuel Preto na década de 1580, que teria tomado posse do lugar com sua família e índios escravos. Seu primeiro nome Citeo do Jaragoá e suas terras incluíam o Pico do Jaraguá (onde se acreditava haver ouro), além das terras correspondentes aos atuais bairros de Pirituba, Limão, Casa Verde e Santana.
Em 1610, Manuel Preto solicitou à sede da paróquia autorização para erguer uma capela em honra de Nossa Senhora do Ó, que deu nome ao lugar. A obra foi finalizada em 1615. Um século e meio depois, em 26 de março de 1796, a região foi elevada a Paróquia de Nossa Senhora do Ó.
A cultura da cana-de-açucar foi muito praticada na região, principalmente para a produção de aguardente. Outras culturas de subsistência foram também praticadas, como café, mandioca, algodão, milho e legumes. Durante muitos anos o bairro foi considerado como pertencente ao chamado "Cinturão Verde" da Capital Paulista.
O bairro manteve preservadas muitas de suas construções tradicionais. Fatores que contribuíram para isso foram: o relativo afastamento do centro, a topografia íngreme, ruas estreitas e sinuosas e a barreira natural do Rio Tietê. Um exemplo da antiga dificuldade de locomoção envolvendo o bairro é o dos voluntários da pátria que, marchando em direção ao Paraguai, deixaram o centro da cidade em torno das sete horas da manhã e atingiram o Largo da Matriz apenas no final da tarde, por volta das 18 horas.
Atualidade
Atualmente o bairro sofre um aumento do ataque especulativo de empresas construtoras. Um dos motivos se deve justamente a presença terrenos descampados e casas velhas simples, de baixo valor comercial, em comparação a outros bairros. Isto se deve em grande parte a retificação pela qual o Rio Tietê passou, durante a administração do prefeito Prestes Maia, além das obras que abriram as avenidas Inajar de Sousa e General Edgard Facó nos anos 80, e nelas, a canalização dos rios Cabuçu e Verde (respectivamente). É considerado um dos bairros com melhor qualidade no fornecimento de água dentro da cidade de São Paulo.
A Freguesia, contudo, ainda carece de áreas de lazer. Ela conta com alguns clubes de malha (CDM), onde jovens praticam esportes, como o futebol, e aposentados jogam malha e bocha, como o CDM Cruzeiro, que fica próximo a avenida Miguel Conejo e com um Grupo Escoteiro.
No Largo da Matriz encontram-se muitos bares e restaurantes, incluindo uma pizzaria muito tradicional que está há mais de 60 anos no mesmo local e um dos Bares mais famosos de São Paulo.
Cultura geral
Na década de 1960 a população do bairro passava horas agradáveis no Cine Clipper, o único cinema da região que deu origem ao nome do largo mais conhecido da região comercial da Freguesia, o Largo do Clipper, a praça que a maioria dos moradores conhecem. O apelido da praça sobrevive até hoje embora o Cinema não exista mais, e muitos nem ao menos saibam o verdadeiro nome do Largo (Oliveira Viana), ou sabiam também da existência deste cinema (especialmente os mais jovens), onde hoje está instalado um Banco.
Ocorre anualmente a Festa do Divino Espírito Santo, uma das mais tradicionais do calendário da Igreja Católica, faz da Freguesia do Ó uma das poucas localidades no Brasil onde ainda é celebrada. Os moradores antigos do bairro tinham muitas relações com Pirapora do Bom Jesus, sendo tradicional a romaria anual a essa vila.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Freguesia_do_%C3%93_(bairro_de_S%C3%A3o_Paulo)
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English
“Freguesia do Ó” is a traditional neighborhood in the city of São Paulo, belonging to the middle class district with the same name “Freguesia do Ó”. The history of the neighborhood and the district of the same name are mixed. Among the northern districts from across the Tietê, “Freguesia do Ó” stands out for being one of the oldest. Its origins date back several paulistanas farms.
“Freguesia” comes from the Latin Filii Ecclesiae, meaning "sons of the church." This honor was the only one that remained the official name among São Paulo neighborhoods, and that was granted as a way of dividing the Episcopate, thus facilitating the lives of the faithful residents of far-flung neighborhoods that no longer need to travel for hours to receive religious support . In other districts, such as Bras, Penha and Santo Amaro, gradually ceased to use it in the names, and “Freguesia de Nossa Senhora do Ó” became known simply as “Freguesia do Ó”.
“Our Lady of Ó” was the devotion Saint of the Bandeirante Manuel Preto, but the correct name is “Our Lady of Expectation” (or Hope). The “Ó” evocative is part of the seven antiphons sung during the “novena”, which is held every year in preparation for Christmas. The same evocative became inspiration for the song "Punk da Periferia" by Gilberto Gil, a famous Brazilian singer.
History
The first record of occupation of land in the neighborhood dates back to the pioneer Manuel Preto in the 1580s, he would have taken possession of the place with his family and Indian slaves. The first name of the district was “Citeo do Jaragoá” and its lands included the Pico do Jaragua (where they believed there was gold), plus the corresponding lands of nowadays districts of “Pirituba”, “Limão”, “Casa Verde” and “Santana”.
In 1610, Manuel Preto asked the office of the parish permission to erect a chapel in honor of “Our Lady of Ó”, which gave the place its name. The project was completed in 1615. A century and a half later, on March 26, 1796, the region was elevated to “Parish of Our Lady of Ó”.
The cultivation of sugarcane was widely practiced in the region, mainly for the production of brandy. Other food crops were also planted as coffee, cassava, cotton, maize and vegetables. For many years the neighborhood was considered as belonging to the so-called "Green Belt" of the Paulista Capital.
The neighborhood remained preserved many of its traditional buildings. Factors that contributed to this were: the relative distance from the center, steep topography, narrow winding streets and the natural barrier of the Tietê River. An example of the former limited mobility involving the neighborhood is when Patriotic Volunteers, who marched to the Paraguay War, left the city center around seven o'clock in the morning and reached the “Largo da Matriz” only in the late afternoon, around 6 p.m..
Nowadays the neighborhood is increased speculative attack construction companies. One reason is due precisely to land clearings presence and simple old houses, low commercial value, compared to other districts. This is due largely rectification whereby the Tietê River began during the administration of Mayor Prestes Maia, besides the works that opened the Inajar de Sousa and General Edgard Facó avenues in the 80s, and in them, the channeling of rivers and Cabuçu and Verde (respectively). It is considered one of the neighborhoods with better quality water supply in the city of São Paulo.
“Freguesia”, however, still lacks recreational areas. It has some Municipal Sports Clubs (CDM), where young people play sports like football, and retirees playing boules and mesh, as the CDM Cruzeiro, which is near the boulevard Miguel Conejo and a Scout Group.
At Largo da Matriz you can find many bars and restaurants, including a very traditional pizzeria which is more than 60 years in the same location and one of the most famous bars of São Paulo.
Culture
In 1960 the population of the district spent pleasant hours at Cine Clipper, the unique cinema in the region that gave rise to the name of the best-known commercial square of the region Freguesia, Largo Clipper, the square that every locals know. The nickname of the square survives today although the Cinema no longer exists, and many do not even know the real name of Largo (Vianna), and also knew of the existence of this cinema (especially younger ones), where Today is installed a Bank .
Occurs annually Feast of the Holy Spirit, one of the traditional calendar of the Catholic Church, it makes “Freguesia do Ó” one of the few places in Brazil where it is still celebrated. The former residents of the neighborhood had many relationships with Pirapora do Bom Jesus, a small city near São Paulo, being the traditional annual pilgrimage to this village.
Source: http://pt.wikipedia.org/wiki/Freguesia_do_%C3%93_(bairro_de_S%C3%A3o_Paulo)
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