Fontes Gonçalo Alvares (conhecidas por Fontes da Rocha)
A água, foi, é, e há-de ser, o bem de maior necessidade para o ser humano, assim como para todo o reino animal e vegetal. Escusado será dizer, que sem ela não havia vida no nosso planeta.
A primeira obra de encanamento de água em S. Jorge, por conta das Obras Publicas, foi o abastecimento à Fajã Grande, das fontes do Jardim em 1867. Dez anos mais tarde, em 1877, faz-se o abastecimento pelas fontes Gonçalo Alvares, (conhecidas por fontes da Rocha) abaixo dos Biscoitos, para a vila da Calheta. Os Biscoitos são abastecidos, em 1885, pelas nascentes dos Tornos e da Quebrada. Em anos seguintes, abastece-se o resto da freguesia, ou seja a zona do “Monte” e parte da Ribeira Seca com água das nascentes do Urzal.
Havia junto a alguns chafarizes os poços públicos para lavar a roupa, onde esta era lavada com a água que quando sobrava do público, geralmente durante a noite. Passava por um poço a que se chamava “poço do gado”, onde os animais bebiam. A restante é que seguia para esses poços, sendo um mais pequeno chamado “poço de passar” e um grande “poço de lavar”. Quando havia mais falta, muitas mulheres iam de manhã com um cesto de roupa á cabeça, lavá-la para a fonte Gonçalo Alvares (fonte da Rocha) onde nesta existiam e ainda existem, (hoje em estado de degradação) tanques preparados para o efeito, ou para junto de poços de baixa-mar, ou outras nascentes. Depois de lavarem essa roupa e “corarem a roupa branca”, esperavam que tivesse enxuta para voltar á tarde com ela, lavada e novamente à cabeça para suas casas.
A FAJÃ GRANDE é rica em nascentes de água, sendo alimentada assim como a Vila da Calheta pelas fontes Gonçalo Álvares (conhecidas pelas fontes da rocha) e pelas várias fontes do Jardim, brotam água de boa qualidade por serem nascentes muito profundas, hoje captadas com as condições exigidas pelo conhecido sistema de “água de pressão”.
Terminada a distribuição ao resto da freguesia da Calheta, ficou esta, com dezoito chafarizes de bica permanente. Sendo:--- três na Vila, quatro na Fajã Grande, três nos Biscoitos, dois no Carvalho, um na Relvinha, um ao norte da canada de S. Pedro, um na Rua de Baixo, um no extremo sul da canada de S. Bartolomeu, um ao cimo da Ladeira velha e um a meio da Estrada Nova (hoje caminho do Padre Tavares).
Esses chafarizes, eram autênticas obras de arte, chegando mesmo a serem considerados Monumentos. Foi pena que em épocas anteriores tivessem deixado perder parte deles, mas felizmente ainda restam alguns que estão a ser preservados e conservados, chegando mesmo por necessidade a terem sido mudados um pouco de sítio, mas, que os voltaram a erguer tais como eram antes. Até se continuaram a construir mais alguns de caris diferente mas que se completam no seu conjunto.
Hoje são mantidos não para o serviço para que foram criados, mas sim e muito bem, como relíquias do nosso passado.
Adaptado de: https://sites.google.com/site/climacoferreira/assuntos-seculo-passado/11-a-agua-na-freguesia-da-calheta
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