Durante anos passávamos na estrada N-235 junto da freguesia de Nossa Senhora de Fátima, em Mamodeiro, por uma placa sinalizadora de uma mamoa. Movidos pela curiosidade da existência de uma mamoa tão pouco conhecida pelas gentes do local, tentámos por várias vezes encontrá-la.
Foi difícil! Ou porque as gentes da Terra não a conheciam, ou porque aqueles que a conheciam achavam que não valiam a pena lá ir devido à falta de limpeza no local e ao estado em que se encontrava.
Porém, procurámos! Tentámos a todo o custo encontra-la e com alguma perseverança ela mostrou-se.
Aparentemente, apesar de se tratar de um sítio arqueológico entre os 5 mil e os 6 mil anos de idade ocorreram, nos tempos modernos, grandes metamorfoses que nos levam a pensar se alguma vez terá existido no local alguma mamoa.
Segundo uma fonte jornalística “Aquela mamoa do período Neo-calcolítico é “testemunha a ocupação e estabelecimento de um assentamento humano desde o período Neolítico”, onde se encontraram lamelas de sílex, fragmentos cerâmicos e um fragmento de machado polido. A importância que lhe é atribuída, porém, não se reflete no que se apresenta no local. Já mereceu três campanhas arqueológicas, em 1992, 1993 e 1994, mas a partir daí parece ter sido abandonada. Integra a Carta Arqueológica do Concelho, mas agora o que se encontra assemelha-se a uma mini-zona de extração de inertes, sem sinais de qualquer presença humana.”
In Diário de Aveiro a 9/02/2009