A lenda de Santo Amaro
Freguesia da Ribeirinha – Angra do Heroísmo – Ilha Terceira
Na procura dos registos históricos mais antigos ficamos com a ideia que a festividade do culto a Santo Amaro, na freguesia da Ribeirinha, terá tido origem no Século XVI/XVII.
Conta a lenda que terá aparecido no lugar da Ponta Ruiva, vinda do mar, a actual imagem da figura de Santo Amaro (que existe na sua ermida, que deu nome ao local) a qual foi transportada para a antiga Igreja de São Pedro, existente no centro da freguesia da Ribeirinha, desde o ano 1540 e ali resguardada, várias vezes, pois diziam que, nos dias seguintes, a imagem era sempre estranhamente encontrada próxima da dita zona da Ponta Ruiva, constituída por uma rocha alta, que dá para o mar.
Diziam ainda os mais antigos([1]), que, por vezes, durante a noite, ouviam os passos do Santo a descer a freguesia, pelo barulho de uma galochas de madeira, que calçava, sendo costume dizerem ” ...lá vai Amaro abaixo”.
Procederam então à construção da Ermida, a qual pelos registo históricos foi objecto de várias modificações e chegou aos nossos dias e o Santo nunca mais se ausentou daquele local, sendo ali venerado pelo povo.
Associada à festa de Santo Amaro, que decorre no dia 15 de Janeiro, de cada ano é costume as pessoas oferecerem-lhe alfenim ou massa sovada, comprada ou feita em casa, com a forma de uma parte do corpo, menino ou menina ou de um animal que ficou doente e o Santo curou, sendo para o pagamento de uma promessa, que na altura daquele ano afligiu uma pessoa ou alguém de uma família, pois Santo Amaro foi descrito na história como sendo bom para a cura de males ou doenças do corpo. As referidas peças de alfenim ou massa sovada são vendidas naquele dia de festividade e revertem para a paróquia da freguesia.
[1] Dados da memória de António Luís Parreira Jr., bisavó do Pai da Family, já falecido em Fevereiro de 1988, com 84 anos de idade, contados pelo meu pai e de residentes na freguesia da Ribeirinha, nascidos no primeiro quartel do Século XX
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