Quem foi o Patriarca?
José Vieira Alvernaz nasceu na ilha do Pico, Freguesia da Ribeirinha a 5 de Fevereiro de 1898; foi ordenado padre em Angra do Heroísmo, em 1920; licenciou-se em Direito e doutorou-se em Filosofia na Universidade Gregoriana, em Roma, em 1925; doutorou-se em Sociologia, no Instituto de Ciências Sociais de Bérgamo, no mesmo ano; exerceu sacerdócio na ilha Terceira; fundou e dirigiu o colégio Sena Freitas, em Ponta Delgada; foi professor e reitor do Seminário de Angra; foi sagrado bispo de Cochim, na Basílica dos Mártires, em Lisboa, a 1 de Dezembro de 1941; viveu em Cochim muitos anos. Nomeado coadjutor com direito de sucessão de D. José da Costa Nunes, na Arquidiocese de Goa e Damão, em Março de 1951, ascendeu ao sólio arquiepiscopal dois anos mais tarde, passando a usar títulos sumptuosos: Patriarca das Índias Orientais, Primaz do Oriente, Arcebispo Titular de Cranganor, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Goa e Damão.
Dirigiu a arquidiocese quase uma década, guiado pelo seu espírito ecuménico e de respeito por outras religiões. Do seu trabalho, ressalta a especial atenção dada ao ensino que o levou a criar lares e escolas para alunos de ambos os sexos e a ajuda humanitária que prestou à população, fundando dispensários e centros sociais que forneciam alimentos e cuidados médicos.
Estava em Roma em Dezembro de 1961 e regressou à sua diocese exatamente no dia em que o governador-geral, General Vassalo e Silva, recebeu o telegrama de Oliveira Salazar a informar que a União Indiana ia desencadear uma forte operação militar nos territórios e a célebre mensagem cifrada a pedir aos militares o seu sacrifício total. D. Alvernaz foi ao quartel-general das tropas portuguesas conversar com o general, a quem aconselhou a rendição a fim de se evitarem mortes de civis e militares - “uma efusão inútil de sangue”, como foi escrito - e os bombardeamentos que estavam anunciados. No regresso, foi vítima de um “desacato”, insultado por populares. Magoado com esse acontecimento recolheu-se no Paço Patriarcal sem voltar a aparecer em público.
Deixou Goa, em Setembro de 1962, só com uma mala de mão. Meses mais tarde, viajou de Roma para Lisboa e os Açores. Viveu numa casa de família em Santa Luzia, na ilha Terceira, passando o Verão no Pico, numa “adega” também da família. Durante anos, ocupou o tempo a exercer a sua grande vocação, ensinar. Recebeu alunos e alunas do liceu que funcionou no Convento de São Francisco. Tinha especial prazer em vê-los aprender, mas não falava da Índia.
Morreu em sua casa, a 13 de Março de 1986 e foi sepultado no Cemitério Conceição em Angra do Heroísmo, sendo que Dom José Alvernaz foi o último Patriarca Português das Índias Orientais.
Who was the Patriarch?
José Vieira Alvernaz was born on the island of Pico in the Parish of Ribeirinha February 5, 1898 and was ordained priest in Angra do Heroísmo in 1920.
Appointed coadjutor with right of succession of José da Costa Nunes, in the archdiocese of Goa and Daman, in March 1951, ascended the archiepiscopal throne two years later.
He directed the archdiocese nearly a decade, guided by his ecumenical spirit and respect for other religions. Of his work, emphasizes the special attention given to education that led him to build nursing homes and schools for students of both genders and provided humanitarian aid to the population, establishing dispensaries and community centers that provided food and medical care.
Was in Rome in December 1961 and returned to his diocese on the very day that the governor-general, received the telegram of Oliveira Salazar, the Portuguese dictator to inform you that the Indian Union would trigger a massive military operation in the territories and the famous encrypted message asking for the military his total sacrifice.
D. Alvernaz was the general headquarters of the Portuguese troops talk to the general, who advised him to surrender in order to avoid killings of civilians and military - "a useless effusion of blood", as it was written - and the bombings that were announced. In return, was a victim of”contempt", insulted by popular. Offended by this event was collected in Patriarchal Palace without re-appear in public.
He left Goa in September 1962, only with a handbag. Months later, he traveled to Rome to Lisbon and the Azores. Lived in a family house in Santa Luzia, on Terceira Island, spending the summer in Pico, a "wine cellar" also of the family. For years, took the time to carry out his great vocation, teach. Welcomed students and high school students who worked in the Convent of St. Francis. He was especially happy to see them learn, but did not speak of India.
Died at his home, March 13, 1986 and was buried in the Cemetery of the Conceição in Angra do Heroísmo, being that Don José Alvernaz was the last Portuguese Patriarch of the East Indies.
Traga uma caneta / Bring a pen.
