Olhando dos lados do Faial, a Penha de Águia apresenta uma encosta acessível, muito verde e mesmo fértil, mas sobre o Porto da Cruz é árida, a prumo, rasgando-se em grandes cavernas onde nunca entrou um ente humano e que, ao romper do dia ou ao anoitecer, lembram grandes olhos negros e sombrios dos monstros das lendas que detiveram durante tantos tempos a audácia dos navegadores e a expansão da Europa.
Sobre o mar, onde a rocha corta verticalmente, numa só linha, como se engenhos de homens assim a talhassem, destaca-se uma elevação, que serviu de motivo à fantasia popular para criar a lenda de que a espada de el-rei D. Sebastião ali está enterrada... E o bom povo lastima-se de não poder subir ao cabeço mágico e, tomando pelos copos a espada encantada, arrancá-la da rocha e trazer com o Rei Desejado o bem e engrandecimento desta pátria.
|