Era também hábito, no regresso a casa após mais um dia de trabalho, os camponeses pararem, tirarem o chapéu (em sinal de respeito e de reverência) e rezarem para agradecer a Deus aquele dia. Era ainda habitual rezar-se junto das pedras das alminhas aquando do transporte dos cadáveres vindos das anexas para a freguesia. Ali paravam, descansavam e oravam.
Geralmente, as alminhas são erguidas em encruzilhadas de caminhos, quase sempre em caminhos rurais, em matas ou perto de cursos de água, embora também se possa encontrar alminhas junto às estradas nacionais. As alminhas surgem frequentemente em capelinhas, padrões, nichos independentes, painéis de azulejo ou incrustadas em velhos muros, na frontaria de casas ou nos cantos de igrejas e podem ser construídas nos mais diversos materiais.
Portugal foi o único país a criar estes monumentos
Portugal é o único país do Mundo (na sequência do Concílio de Trento (1545-1563)) que possui no seu património cultural as alminhas, representações populares das almas do Purgatório que suplicam rezas e esmolas. Infelizmente, uma grande parte deste património representativo da religiosidade popular portuguesa está a degradar-se crescentemente, rodeada por silvas, alvo de actos de vandalismo avulso e reflexo directo e generalizado da pressa da vida actual, do abandono das zonas rurais do país e da indiferença que predomina nas autarquias em relação aos pequenos monumentos saídos da imaginação e da devoção do povo.
Alminhas são legado da Grécia e de Roma sensíveis a tragédias locais
Pequenas criações saídas das crenças do povo e na ideia do Purgatório, as alminhas pedem pelas almas dos defuntos em geral, mas algumas delas estão ligadas a casos pessoais, mortes trágicas ou colectivas que impressionaram as comunidades cristãs e laicas.
Centenas de alminhas marcam homicídios que chocaram as comunidades, ajustes de contas, amores mal resolvidos ou locais que ficaram cravados pelo sangue de um despiste de um automóvel ou de motas com cilindradas inversamente proporcionais à idade dos seus condutores. De resto, as alminhas acabam por se inspirar e ser um legado das civilizações clássicas de Roma e da Grécia, que nas suas deambulações já haviam erguido monumentos junto às estradas para devoção aos seus deuses.
Anjos, santos, Cristo crucificado, a Virgem Maria e o Espírito Santo na forma de pomba são representações habituais nas alminhas, onde nunca se encontra uma criança. As crianças vão directas para o Céu, são símbolos de pureza e por isso não têm nada para limpar no Purgatório. Ao invés, são frequentes nas alminhas as figuras coroadas, bispos, frades e as famílias mais poderosas.
A cache
A cache é de tamanho regular e tem como conteúdo inicial logbook e stashnote.
Permite trocas. Não tem material de escrita.
Disfrutem das vistas e aproveitem para visitar as caches vizinhas:
- Capela do Nosso Senhor da Boa Sorte - GC4W1N3
- Igreja Matriz de Ribeira dos Carinhos - GC4W22H
- Comunidade judaica - GC4W252
- Calvário de Ribeira dos Carinhos - GC4W21K
- VG – Dom Paio - GC4W1WP