Luísa Todi nasceu em Setúbal, na freguesia de Nossa Senhora da Anunciada, a 9 de Janeiro de 1753. Com a vinda do seu pai para Lisboa, Luísa e as suas 2 irmãs conhecem a realidade teatral e deixam-se deslumbrar por ela. Todas virão a ser actrizes e cantoras. Luísa estreia-se num pequeno papel de Tartufo de Moliére, enquanto a sua irmã, Cecília, tinha o papel principal.
Com a vinda a Lisboa de uma companhia italiana de Ópera, Luísa e o 1º violino da respectiva Orquestra apaixonaram-se e casaram. Luísa Rosa de Aguiar, nome de solteira, casou com 16 anos de idade com Francesco Saverio Todi, violinista de origem italiana, que lhe daria o nome Todi.
Já fazia alguns trabalhos como actriz, no entanto, um ano após o casamento, estreou como cantora, na ópera "Il Viaggiatore Ridicolo", de Guiseppe Scolari. A partir desse momento, a carreira de Luísa Todi tomou outro rumo.
A 6 de junho de 1772 atuou no Porto, cantando árias do compositor David Perez, mestre da Capela Real, passando a ser, figura de relevo na sociedade nortenha.As críticas dos jornais, mesmo os estrangeiros, em relação à cantora não eram modestas, elogiando as capacidades vocais, o relevo que dava à expressividade e à emoção na caracterização das personagens que interpretava, como por exemplo na obra La Didone Abbandonata.
Londres, Paris, Berlim, Turim, Varsóvia, Veneza, Viena, São Petersburgo foram algumas das cidades em que Luísa Todi passou largas temporadas, alcançando consideráveis êxitos. Nessas ocasiões, conviveu de perto com a aristocracia europeia.
Até 1793 andou em tournée pela Europa e foi já com 40 anos de idade que voltou a Portugal, fixando moradia no Porto.
Com as invasões francesas, em 1809, Luísa Todi viu-se forçada a abandonar o Porto, perdendo, na fuga, grande parte dos bens, entre os quais se contavam joias. Em 1811, quando regressou a Lisboa, já era uma mulher amargurada, em parte pela morte de alguns dos seis filhos e por uma das filhas ter sido internada no Recolhimento de Rilhafoldes, destinado a doentes mentais.
As poucas jóias que lhe sobraram dão-lhe para se instalar numa casa modesta no Bairro Alto e para poder comer. Esquecida pelo público português, tem de vez em quando visitas dos seus amigos estrangeiros, que gostam de a rever. A pouco e pouco, também esses irão desaparecer.
Aos 60 anos perde a visão de um dos olhos e, 9 anos depois, ficará totalmente cega. E é assim, só, pobre e na escuridão que esta mulher que já convivera com as personalidades mais importantes do mundo, termina os seus dias. Falece a 1 de Outubro de 1833, com 80 anos de idade, cega devido a uma doença que tinha desde nova.