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Esta é a única erupção vulcânica terrestre na Ilha Terceira, de que há conhecimento histórico, ouseja, a única que ocorreu desde o povoamento da ilha até aos dias de hoje.
Segundo Drummond, no dia 17 de Abril de 1761 rebentou o fogo entre o Pico Gordo e a Serra de Santa Bárbara, dando origem aos Mistérios Negros. Sendo esta a primeira desta erupção histórica.
Quatro dias depois, a 21 de Abril, surge uma nova expulsão na zona do Mistério Velho, situado a leste do Pico Gordo, onde se localizam o Pico do Fogo (pouco resta deste devido à extracção de bagacina), o Pico Vermelho e o Pico da Caldeirinhas. São cones de escórias de natureza basáltica, resultantes desta segunda fase de erupção, que durou cerca de oito dias. Segundo Acúrcio das Neves, esta erupção produziu três correntes de lava. Citando-o: «A primeira, que terá 100 braças de comprido e trinta de largo, tomando a direcção do oriente, parou em um lugar denominado Chama, o qual ficou fumegando por alguns anos. A segunda, que terá 1000 braças de comprido e 30 de largo, dirigiu-se para o ocidente até uma quinta que é hoje do Conde de Subserra, donde lançou uma língua para o norte, até onde se chama o Tamujal. Finalmente a terceira, e a maior, correu para o norte, dividindo-se em duas, das quais uma foi parar no sítio do Vimeiro e a outra foi dar no sítio do Juncalinho, já mais branda, porém assim mesmo, invadindo um arrabalde do lugar dos Biscoitos, destruiu 27 casas e parou perto da igreja da freguesia, coisa de 500 braças longe do mar, tendo de comprido mais de uma légua e em alguns lugares 1000 braças de largura.». A igreja a que se refere Acúrcio das Neves é a Igreja de S. Pedro. Os habitantes dos Biscoitos complemente aterrorizados, abandonaram as duas casas, levando os bens que puderam e foram para outras freguesias, principalmente para a vizinha Quatro Ribeiras.
Esta erupção causou muito medo e horror entre a população desta freguesia, levando à realização de procissões e promessas. Uma destas feita por Matias da Silveira, que fez voto ao Divino Espírito Santo que construía uma ermida em sua evocação, caso o fogo não chegasse às suas terras. Como a lava não atingiu a sua propriedade, foi concretizada a promessa e construída a ermida no ano seguinte, em 1762. Neste momento esta ermida e propriedade pertence a Fernando Linhares Brum, já tendo sido reconstruída noutro sítio desta propriedade, por volta da década de quarenta, com aparência que conhecemos nos dias de hoje. In (Evocação Histórica da Erupção Vulcânica de 1761 – Jorge A. Paulus Bruno)
http://siaram.azores.gov.pt/vulcanismo/misterios-negros/Evocacao-Historica-Erupcao-Vulcanica- 1761.pdf
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