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A freguesia de S. João da Serra situa-se junto à E.N. 227, que liga S. Pedro do Sul a Vale de Cambra.
Dista aproximadamente 13 kms à sede do Concelho (Oliveira de Frades), 23 a S. Pedro do Sul, 30 a Vale de Cambra, 20 a Sever do Vouga e 30 a Arouca.
Localiza-se na margem do rio Vouga, estendendo-se numa das encostas da serra da Gralheira.
Aquele rio, a sul e o rio Teixeira, a ocidente, constituem duas fronteiras naturais que não só trazem abundância de águas para irrigarem os campos e fazerem girar os rodízios dos moinhos, como também uma paisagem de rara beleza e condições favoráveis para a pesca de barbos, trutas e bogas.
No início do século XVI, a freguesia de S. João da Serra aparece integrada na de Sejães, com os seguintes lugares, conforme se inclui das informações obtidas no 1º recenseamento feito em Portugal por ordem de d. João III, em 1527.
· em Comcelhinho (possivelmente refere-se a Covelhinha)
· em Bispeyra
· naldea de Comlelaem
· Sam Gyaninho
No princípio do século XVIII, segundo o Padre Carvalho da Costa, S. João da Serra era curato da apresentação do vigário de Oliveira de Frades:
«O seu termo tem duas (Paroquias) anexas, São Martinho de Sejaens com sessenta vizinhas, e São João da Serra oitenta, ambas curados»
Lenda da Moira
Por todas as terras de Lafões e, designadamente, nas terras de S. João da Serra, a presença árabe ficou registada sobretudo nas lendas, que, ainda hoje, as pessoas idosas contam. Segundo uma dessas lendas, no lugar de Piar da Ponte existe um penedo Denominado «Pedra Moira», onde aparecia uma moura sentada e rodeada de jóias. Os pastores, quando passavam por aquele local com gado, conversavam com ela. Esta dava-lhes o seguinte aviso:
- “Não tenham medo de mim quando me virem levantada, pois vos darei toda a riqueza se não me assustarem.”
Certo dia, a moura levantou-se e os pastores ficaram amedrontados ao verificarem que ela era metade cobra. Perante tal fenómeno, assustaram-se e, de repente, a pedra abriu-se, formando uma fractura, ao mesmo tempo que a moura desaparecia com todas as suas jóias.
Ainda hoje a pedra apresenta essa fractura.
Deste modo, o homem associou os fenómenos naturais – pedra e cobra – a presença histórica dos muçulmanos no território português durante cinco séculos.
São João da Serra, terra de tradições, lendas e histórias, intimamente relacionadas com a vida rural e as indústrias caseiras! No Inverno, ao redor da lareira, as mulheres ocupavam uma grande parte do tempo nas indústrias caseiras da lã, linho e renda, enquanto os homens se dedicavam mais ao tratamento do gado e das merugens. A cozinha, com lareira, constituía o centro da casa e do espaço de indústria doméstica (linho, lã, renda ...) e de convívio familiar.
Nas restantes estações do ano, toda a família cuidava das lides do campo: sementeiras, ceifas, desfolhadas, malhas, entre outras actividades agrícolas que dominavam a vida das gentes desta freguesia.
A riqueza das terras de São João da Serra assenta essencialmente na agro-pecuária e na silvicultura, com excelentes campos esmeradamente cultivadas fartos pinhais, muitos destes terrenos outrora dos senhores de Penafiel.
Festa de São João - Festeja-se no dia 24 de Junho, em S. João da Serra.
Estas festas realizam-se no Largo da Feira.
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