Salomão era o mais belo dos homens do Seixal, senhor da Arte e da Caça à baleia. Ciente da própria confiança em manejar o arpão, matou a terrível Baleia assassina.
Conta um velho sábio em que perante a arrogância de Salomão como o vencedor da Baleia, Nestor, um dos bruxos da zona, decidiu fazer-lhe uma partida. Para lhe mostrar a superioridade do seu poder, ofereceu-lhe um garrafão de vinho com o intuito de atrair o amor, sobre Salomão, e um outro garrafão que afastava o amor à bela Maria, filha de um poderoso Mágico.
Enfeitiçado pelo Nestor, Salomão ficou perdido de amores pela Maria. Esta que sempre recusara os pretendentes, horrorizada, tentou escapar-lhe, correndo como se asas tivesse nos delicados pés.
Arrastado pela paixão, pela vontade de abraça-la e dizer-lhe o quanto a amava, Salomão parecia enlouquecer.
Desesperada, constatando que o seu perseguidor estava cada vez mais próximo, e que as forças começavam a fraquejar, Maria, ao ver o pai entre as árvores pediu-lhe que a salvasse, mudando-lhe a forma do corpo para que Salomão a deixasse em paz. O pai fez o que a filha pediu... E quando Salomão estava quase a tocar-lhe nos cabelos, Maria sentiu uma sensação estranha a apoderar-se dos seus membros: o seu corpo revestiu-se de areia, os seus cabelos transformaram-se em pedrinhas e os seus braços mudaram-se para rocha. Impotente perante a metamorfose da sua amada em pedra, Salomão abraçou-se à rocha e beijou-a ardentemente, declarando:
- Já que não podes ser minha esposa, serás o rochedo onde irei esculpir o meu coração e eternamente me acompanharás.
Maria, ficou desta forma associada ao belo e luminoso baleeiro, e ainda hoje as suas lágrimas escorrem por aquela rocha.
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