Quinta e Solar de S. Macário (Lazarim)
-
Difficulty:
-
-
Terrain:
-
Size:  (micro)
Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions
in our disclaimer.
O povoamento da Charneca de Caparica caracterizou-se sempre pela edificação de casas térreas, usando em geral como material de construção o adobe , massa de barro, muitas vezes misturada com palha, que depois de seca ao sol, especialmente no formato dos actuais tijolos, era utilizada como material de construção e que se desenvolvia linearmente junto à estrada municipal que vinda de Cacilhas, passava pelo Monte de Caparica, Vila Nova de Caparica e Lazarim, seguindo um traçado sinuoso como era uso na época.
Eram caminhos estreito por onde transitavam burros e cavalos de carga e alguns carros puxados por essas alimárias. Eram usadas mais pelos recoveiros ou almocreves, eram peças fundamentais no comércio e transporte de mercadorias, alugavam ou trabalhavam com animais de carga e gentes de posses, pois a população em geral fazia estas ligações de vários quilómetros a pé, seguindo por veredas e atalhos que o uso ia marcando por entre o mato e os pinhais.
Porque esta região era de “puros ares” e as terras de forte potencial agrícola, especialmente árvores de fruto e vinha, muitos foram os nobres que por dádiva real aqui construíram as suas quintas no território que constitui hoje a Charneca de Caparica e no seu termo poderemos encontrar, entre outras a Quinta e Solar de S. Macário, Quinta da Regateira, Quinta de Monserrate, Quinta de Cima, Quinta da Carcereira, de veraneio ou mesmo de residência principal, o mesmo acontecendo com algumas ordens religiosas de acordo com o Dicionário Geográfico escrito pelo padre Luís Cardoso existiram três conventos no termo de Caparica: o Convento dos Religiosos de S. Paulo, e que é orago N. S. da Rosa, fundado em 1410; o Convento dos Religiosos Arrabidos, dedicado a N. S. da Piedade, fundado no ano de 1558; e o Convento dos Religiosos Agostinhos Descalços, de que é padroeira N. S. da Assunção, fundado no ano de 1677 que consideravam estas terras vocacionadas para a oração e para a meditação.
Na Charneca de Caparica, para sul do Marco Cabaço, as terras eram arenosas e praticamente intransitáveis. A cobertura botânica era constituída por mato e outras plantas arbustivas, como seja a aroeira que deu nome à zona, por pinheiros bravos e mansos e por amplas zonas de juncal. Aqui e ali despontavam medronheiros que ainda hoje fazem parte da mancha arbustiva, sendo um aliciante para quem caminha na mata em tempo de maturação dos frutos, os medronhos. , cujos frutos deliciavam os passantes. Esta zona era praticamente inabitada, sendo muito poucas as pessoas com coragem para entrar em zona tão erma, sobre a qual se contavam histórias ou lendas de maus encontros, de lobisomens que apareciam em noites de lua cheia nos cruzamentos hábito que se não perdeu, antes intensificou com a chegada de muitos imigrantes brasileiros, a prática de macumba deixa evidências para quem percorre a mata pelas manhãs: garrafas de bebidas alcoólica, velas vermelhas e muitos outros elementos característicos da prática de tais ritos ou mesmo de foragidos da lei que aqui se acoitavam protegidos pelo denso matagal.
Contudo, quem se atrevesse a percorrer o pinhal na calada da noite, apercebia-se, aqui e ali, o tremelicar de uma luz, normalmente candeia de azeite ou de petróleo, vinda de algum barraco construído na mata e onde viviam as famílias menos abastadas, muito abaixo do limiar da pobreza. As gentes da Charneca de Caparica conheciam-nos por “toupeiras” contam os mais antigos da existência de um clube “Os Toupeiras” que realizavam bailes frequentados pelas gentes do lado sul da Charneca de Caparica e por quem vivia em casebres no interior da mata. Quando se chegavam rapazes vindos de Palhais ou do Botequim eram frequentes grandes cenas de pancadaria. pois à aproximação de estranhos fechavam-se dentro de casa e não se deixavam ver.
Additional Hints
(Decrypt)
àthn