Era uma vez um velhinho...
Era uma vez um velhinho que vivia num pico que mais parecia o fim do mundo, mas para aquele velho não existia esse mundo povoado de que o seu neto tanto falava.
O velho estava sempre a dizer que naquele monte tinha tudo o que precisava, mas na realidade as coisas não eram bem assim. Numa linda tarde de Primavera, o velho acaba por matar o burro por tolice e patetice. O velho foi muito ralhado por ter matado o pobre do burrinho, mesmo sem ser de propósito. Mas o que eles não sabiam era que o pobre animal era tão estimado que o velho até dormia com ele na cama.
Como o burro do velho tinha morrido, ele teve de comprar outro.
Os homens que vendiam os burros eram dois loucos varridos, mas eram mais conhecidos por almas de breu, ou seja, eram duas almas negras, escuras. Na verdade, eram uns toleirões e andavam sempre no mau negócio, punham o pé na lama, ficavam de mãos atadas e abriam a boca para denunciar os outros.
Um deles era um rapaz forte e o outro um pobre pequeno.
O velho, como não conhecia o chão que pisava nem conhecia ninguém daqueles lados, teve a infeliz sorte de ir comprar o burro aos dois homens. Não sabendo negociar, fez papel de tolo e acabou por pagar um dinheirão e levar o burro mais fraco e lento que lá havia. Para provar esta asserção, ou seja, esta afirmação o velho aprendeu uma lição com esta história, e essa é nem mais nem menos do que “Não cuspas para o ar que te pode cair na cara!”
E de hoje para amanhã...
Tu és velhinho também!!!
