Caminhada "Corredor Ecológico, pela cidade de Valongo, Santa Justa e Pias - Valongo"
Dia 23 de Junho de 2013 (Domingo)
Programa:
08h15:Ponto de encontro final N41º11.766 W008º30.226 - estacionamento junto ao Parque da Juventude.
08h30:Início da caminhada.
14h00:Fim do percurso (estimado).
Ficha Técnica:
Partida e Chegada:Parque da Juventude Valongo
Âmbito:Desportivo, panorâmico e ambiental.
Tipo de Percurso:Linear, excepto troço circular na Serra de Pias
Distância a Percorrer:16,0km
Duração do Percurso:Cerca de 5h30
Nível de dificuldade:Médio
Época Aconselhada:Todo o ano.
Descrição do percurso:
O Corredor Ecológico é um percurso essencialmente pedestre através do qual se pretende conduzir a população a uma grande mancha verde, ao longo de sistemas fluviais importantes e estruturais da paisagem, nomeadamente a Ribeira e Rio Simão e o Rio Ferreira, corredores ecológicos por excelência.
Este percurso liga o Parque da Juventude à Serra da Pias, passando pelo Parque da Cidade e a Aldeia da Couce e aproximando dois componentes da paisagem: a cidade e as serras. Para a implementação deste trajecto optou-se pela recuperação de antigos caminhos e florestais em detrimento da abertura de novas rotas, respeitando a morfologia do terreno e a configuração dos caminhos existentes. Em casos pontuais forma implementados passadiços para a transposição de pequenas linhas de água, cotas mais elevadas ou por questões de segurança.
O percurso pedonal em meio urbano tem início no Parque da Juventude e prolonga-se por uma extensão aproximada de 2.000 metros, acompanhado a Ribeira Simão, uma área ecológica fundamental dentro da cidade. Este trajecto, além de ligar dois espaços verdes com um importante carácter social (Parque da Juventude e Parque da Cidade), enquadra também um importante legado histérico – cultural (Eixo Antigo de Valongo).
No Parque da Cidade atravesse o Rio Simão, rumo ao Sítio Rede Natura 2000, classificado pelo seu interesse biológico. Repare como as áreas agrícolas delimitam a transição entre o espaço urbano e o florestal.
Uma subida dá às boas-vindas à vertente florestal do percurso, podendo ser observados vários exemplares de carvalho-alvarinho e sobreiro a ladear o caminho. Nas Serras siga sempre as indicações e nunca saia do trilho.
Repare na sinalética que indica a presença de um Fojo e espreite com cuidado este testemunho da presença na região.
Desça até à Azenha, cuja ponte convida à despedida do Rio Simão, que desagua no Ferreira já na próxima curva do caminho, onde estão presentes os Moinhos do Cuco, em laboração até ao final de 2005.
Já nesse local, repare no ânimo com que o Rio Ferreira surge de montante, demonstrando a bravura com que conseguiu rasgar as cristas quartzíticas que recortam o horizonte. Olhando com atenção para a outra margem do rio vê-se uma dobra, um dos muitos testemunhos do passado geológico das Serras.
Continue ao longo do rio, sempre com a Serra de Pias na margem esquerda e a Serra da Santa Justa erguendo-se na margem direita.
Vão-se vendo vários moinhos ao longo do rio, um legado dos tempos em que Valongo era importante núcleo de panificação.
Recordamos que está numa zona que já esteve coberta por mar, no início do Paleozóico, encontrando-se por isso fósseis de seres marinhos, sendo os mais conhecidos as Trilobites. Esteja atento e, assim que surguir uma entrada particular, repare na rocha que se encontra a ladear o lado direito do caminho. As marcas nessa rocha foram “desenhadas” pela ondulação da àgua.
De facto, uma particularidade destas Serras é estarem à superfície estratos rochosos do princípio da Era Paleozóica. “Este percurso (trajecto de Sta. Justa ao longo do Ferreira) está implantado em terrenos com litologias pertencentes ao Precâmbrico e/ou Câmbrico e ao Ordovícico. No início do estradão, próximo dos Moinhos do Cuco, observam-se siltitos que vão alternando com xistos e quartzitos (idade ordovícica). Seguindo na direcção de Couce, as bancadas de siltitos vão desaparecendo, dando lugar a bancadas quartzíticas que se tornam dominantes. A definição da estratificação nestas bancadas é perfeita, sendo visíveis estratos dobrados e com orientações diversas. São ainda visíveis estratos de conglomerados de granulometria variável que marcam a base do Ordovícico. Após estas bancadas surgem os terrenos do Complexo Xisto-grauváquico (Précâmbrio e/ou Câmbrico) nos quais são visíveis alternâncias de xisto, vaques e conglomerados. (centro de Geologia-UP)”
Na bifurcação com indicação de caminho sem saída, siga por este e entre no antigo acesso a Couce. Repare nas zonas de valeta que, quando cheias de água, albergam por exemplo tritões e rãs, e tente detectar as plantas insectívoras, presentes em certos taludes húmidos.
Na próxima bifurcação siga pelo caminho de cima. Não deixe de reparar nas marcas existentes em certas rochas no chão, que correspondem ao rodado dos carros dos bois que por lá passavam.
Repare nos amontoados de pedra existentes em Pias; têm o nome de escombreiras e resultam da acumulação de material durante as explorações mineiras.
O vale vai começar a “abrir”, sendo em breve visível a aldeia de Couce. O vale de Couce é uma zona que mantém condições propícias à Biodiversidade, podendo-se encontrar diversos exemplos de árvores autóctones, como o carvalho-alvarinho, o sobreiro, o amieiro ou o freixo (estas duas últimas típicas da galeria ripícola), além de uma rica vegetação rasteira. No que respeita à fauna, é comum observar-se a águia-de-asa-redonda, a garça-real e o gaio, estando também presentes muitos outros animais, como a raposa, cobras de água, lagarto-de-água, poupa, guarda-rios, entre outros.
A caminho de Couce encontra-se uma presa de água, um exemplo de regadio tradicional, na qual é possível observar rãs adultas, girinos e larvas de tritões.
Este povoado, de origens remotas, é composto essencialmente por casas em xisto e mantém vivas tradições como a agricultura, a pastorícia e a apicultura. Couce foi recentemente alvo de requalificação, destacando-se a construção de ETA e ETAR, o empedramento dos caminhos interiores da aldeia e a colocação de iluminação pública.
À saída de Couce opte pelo caminho que desce até à ponte sobre o Rio Ferreira, para uma das paisagens mais bonitas das serras.
Entre na serra de Pias, siga pelo caminho florestal da esquerda e conheça um pouco da outra margem do Rio Ferreira. A intensa exploração de eucalipto também é um ponto a observar, aproveitando-se para reflectir no impacto das actividades do homem nos ecossistemas naturais.
(Fonte: folheto “Corredor Ecológico - Valongo”)
Curiosidades, estatística total:
21 Caminhadas organizadas, cerca de 265Kms percorridos em 96 horas, participaram cerca de 661 caminhantes.
Notas:
» Devem levar água (!não deve nunca faltar água!), e comida, alimentos práticos e energéticos (ex. barras energéticas, marmelada).
» Partilhem os lugares disponíveis nas respectivas viaturas, pois dessa forma todos ganham incluindo o ambiente.
» Material necessário:
- Roupa e calçado adequado a caminhar no campo/natureza e à meteorologia do dia.
Sabia que:
Caminhar pode fazer verdadeiros milagres pela sua saúde. Esta é a opinião generalizada de médicos e profissionais de saúde, que cada vez mais aconselham a combater o sedentarismo típico das cidades, fazendo desporto. Porque não começar por algo tão natural como andar a pé?
Não se esqueça...o Pedestrianismo é mais que um desporto. É o gosto pela Natureza, é Cultura, é Turismo, é LAZER.
Mapa do percurso:
J.Brites_2013_05_31