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Terras Pretas Traditional Geocache

Hidden : 6/3/2013
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   micro (micro)

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Geocache Description:


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TERRAS PRETAS “Há cinquenta anos só havia a taberna do Zé da Maximina, no bico das estradas”. Não decorreu, porém, muito tempo até que outros descobrissem as virtudes do local e o escolhessem para nele se instalar. E outros mais foram chegando, com o rodar do tempo. Foi assim, há meio século, o início do que terá sido, por ventura, o segundo povoamento daquela zona. Antes, alguns séculos atrás e segundo opinião recolhida na vizinha Alcorriol, terão sido os árabes a criar ali um pequeno agregado populacional e por lá se terão quedado, vivendo do cultivo da terra e da pecuária. Singular é, entretanto, a origem do nome do reduzido povoado. Recordam os mais idosos que, nas cercanias da Carrascosa, no cruzamento para Alcorriol e até às imediações de Outeiro Grande e Vila do Paço, “era tudo matas de pinheiros e azinheiras”. De tal modo cerrados eram os pinhais, que os raios de sol só dificilmente penetravam pela ramagem e chegavam ao chão que, por essa razão, se apresentava constantemente escurecido pelas sombras. Devido a isso, o povo ia dizendo que as terras ali eram “pretas”. E a referência vingou. Entretanto, o crescimento urbanístico da zona, iniciado há menos de meio século, foi abrindo clareiras nas antigas matas. Com o aparecimento das moradias e o consequente abate de áreas do pinhal, as terras, até então “pretas”, iluminaram-se, a população cresceu e o comércio, tal como a indústria, instalaram-se, naquelas margens de estradas que ligam Torres Novas a Ourém e Tomar. A par com a taberna, “no bico das estradas” e a empresa de extracção de pedra, que ali tinha sede social, outros estabelecimentos se radicaram, em redor daquela antiga estrada real. Quase dos primeiros tempos do povoamento regista-se, igualmente, a instalação de uma pequena oficina de sapateiro. De seu nome Baurista e natural da vizinha Mata, ali se instalou o artífice, numa modesta barraca junto a um depósito de pedra, na estrada para Tomar e próximo do cruzamento para a sua aldeia natal. Nessa improvisada oficina ocupou-se o mestre sapateiro, por largos anos, da reparação do calçado trazido pelos populares, que todas as segundas-feiras, manhã cedo, por lá passavam, com destino ao mercado de Torres Novas. O local parecia, de facto, propício à fixação humana e surpreende que ela se não tenha verificado com maior expressão. A escassos cinco quilómetros de Torres Novas e no local onde a secular estrada se ramifica, com destino às duas importantes cidades do norte Ribatejo, seria legítimo acreditar num rápido e importante desenvolvimento daquele privilegiado lugar. Só em parte, porém, esse facto se concretizou. Timidamente, o comércio primeiro e a indústria depois, foram-se por ali instalando. “Zé Mau-Tempo”, oriundo de Santa Catarina da Serra, abre uma taberna e “organizava bailes”, há cerca de meio século, nas imediações do seu estabelecimento. É dessa época a instalação de uma oficina de serralharia. Para além dos engenhos de tirar água, alfaias “e tudo o que era necessário ao trabalho agrícola”, lá se exercia igualmente o ofício de segeiro, construindo carroças e “charretes”, até a morte vencer o proprietário. Continuador da obra do fundador, o filho manteve a profissão, embora mais tarde tenha direccionado a sua actividade para o sector da construção civil. Actualmente, do antigo pavilhão do segeiro nada resta. Porém a obra, por ventura como homenagem ao pai, prosseguiu, mantendo viva a memória de Josué Cláudio, o velho construtor de carroças e alfaias agrícolas. Agora, em modernas instalações, a arte da serralharia vai produzindo portões, gradeamentos e estruturas metálicas, por encomenda de construtores civis da região. Com a saudade a toldar-lhe os olhos, recorda o nosso interlocutor os seus tempos de menino e o deslumbramento que o invadia, sempre que os arcos de ferro, saídos incandescentes do fogo da forja, iam abraçar a madeira das rodas, destinadas às carroças para o povo e às seges dos senhores abastados. Pela década de 1950, surgiu no povoado uma serração de madeiras, cuja actividade principal se dirigia igualmente à construção civil. Para além dela, eram os tabuleiros para a seca de figos e os caixotes para embalar sabão – nos quais a madeira era unida por chapas onduladas, a que chamavam “precintas” – que completavam a laboração da oficina. Vida breve a esperava, já que acabou por encerrar uma dezena de anos depois. Nesse mesmo local viria a surgir, tempo depois, a importante unidade fabril de produção de escapes e silenciosos, com implantação em todo o território nacional, no mercado da União Europeia e Israel, entre vários outros países. Mesmo ao lado da produtora de escapes instalou-se, entretanto, nos anos de 1970, um depósito de botijas de oxigénio e de gás para soldadura. Não se esgota aqui a surpreendente lista. Algo mais havia de emergir na reduzida povoação, nos sectores do comércio, da indústria e do lazer. De facto, com o desabrochar de vivendas, por toda a zona daquela encruzilhada de estradas, logo no início da década de 1960, a população foi crescendo e fixando, tornando aquele espaço mais atraente para os investidores. Dois cafés entretanto abriram, sendo um deles, igualmente, um agradável espaço de restaurante, com ampla esplanada no exterior. Outra notável surpresa foi a instalação, em 1979, de uma boite, que se sabe ter sido o primeiro espaço de diversão nocturna em todo o Ribatejo. O nome, entretanto, mudou, mas o espaço e a actividade, daquele “sortilégio da noite”, continuam a atrair quem procura, nas breves horas de diversão, o reanimar do espírito, que o desgastante labor diário vai corroendo. Dos anos de 1950 é a instalação do primeiro posto de abastecimento de combustíveis, junto a uma azinheira, no local onde actualmente se encontra um outro pequeno café. Nesse tempo, recorda o nosso interlocutor, “enchia-se um depósito de automóvel com cinquenta escudos”. Em época bem mais próxima, por lá se instalaram dois comércios de venda de automóveis, enquanto que uma fábrica de reclamos luminosos, por sua vez, fechava as portas, em data mais recente. O mesmo destino foi reservado, há cerca de uma vintena de anos, a uma unidade de fabrico de blocos de cimento para construção civil. Finalmente, neste relance sobre a surpreendente economia local, refira-se a existência de um armazém de materiais para construção civil, um aviário de frangos, de razoável dimensão, uma calista e um afagador de tacos para pavimentos. No mesmo local onde o lugar nasceu, naquele “bico das estradas”, onde o “Zé da Maximina” se aventurou a construir uma taberna, existe actualmente uma loja de produtos para a agricultura. É obra, pensará o leitor, ao saber que ali residem apenas cerca de trinta pessoas, em escassas quinze residências. Para além dos reformados, que se vão deixando ficar pelas sombras das árvores, ou pelas mesas dos cafés, a maioria dos habitantes só por manifesta necessidade ou puro lazer se ausenta do lugar. A maioria é, afinal, composta por gente que ali encontrou trabalho, naquela profusão de estabelecimentos e oficinas. Antes da fixação humana, como no início se deixa, a zona era de matas e de matos, por entre os quais despontavam, aqui e além, um ou outro pedaço amanhado. Agora “a terra está abandonada” e nem o espontâneo fruto das árvores é colhido. De facto, foi confirmando, ninguém vive do amanho da terra em Terras Pretas. Apenas os poucos reformados, como em todas as restantes povoações do concelho, ocupam parte do seu tempo no cultivo das pequenas parcelas de horta e quintal, mais por devotado exercício do que por necessidade. De pequeno que é e pouco habitado, não surpreenderá a ausência de tradições no lugar. No passado, um ou outro ano acenderam-se fogueiras, pelos Santos Populares, um ou outro baile – em tempos idos “junto à tasca do Zé Mau Tempo” – quase sempre em Quintas-Feiras de Ascensão. Igualmente em épocas passadas, vinha o pároco da freguesia efectuar a tradicional Visita Pascal, deixando em cada lar uma bênção e recolhendo a parca importância do folar, com que os habitantes obsequiavam a Igreja. Naquele reduzido espaço, que envolve Terras Pretas, dá-se, curiosamente, o encontro de quatro, das dezassete freguesias que compõem o concelho. Salvador, na zona do restaurante e a do Paço, entre as estradas para Ourém e Tomar, enquanto que, para os lados de Torres Novas – nas proximidades do aviário – se entra em terrenos de S. Pedro. Daí, até ao cruzamento para Alcorriol, já se circula em espaço da freguesia de Chancelaria. “Quando de lá saí, havia seis casas”. Poucas mais surgiram depois, desde que, há quarenta anos, um dos nossos interlocutores se ausentou para local mais próximo da sede do concelho. Algo, no entanto, cresceu, naquele triângulo onde a secular estrada se abre em duas. E conta-se, em números que surpreendem o visitante menos avisado, esse crescimento. São números que começam na escassez de habitantes e residências, que passam pela dimensão e quantidade das instalações comerciais e industriais e terminam no conjunto de freguesias que ali se encontram. Parece oportuno recordar a voz popular, quando diz não se medirem os homens aos palmos. Olha-se para Terras Pretas e é-se forçado a concluir que o mesmo se pode atribuir às povoações. este documento foi escrito em 1990

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Additional Hints (Decrypt)

byun rz seragr......

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
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N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)