O sítio fortificado de Chibanes foi identificado nos inícios do século XX, por A. Ignácio Marques da Costa; localiza-se na Serra do Louro, em pleno Parque natural da Arrábida, com extenso domínio visual, que atinge, para norte, o sistema estuarino do Tejo e, a sul, o rio Sado.
A superfície amuralhada durante a Pré e a Proto-história estima-se em cerca de 1 ha. A ocupação mais antiga data do Calcolítico e perdura até Bronze antigo, entre 5000 e 3700 anos antes do Presente, momento em foi edificada a primitiva muralha reforçada por bastiões semicirculares. A análise dos dados obtidos ao longo das diversas escavações efetuadas no arqueosítio permitiram aferir que o espaço foi abandonado no final do Horizonte Campaniforme (Bronze antigo), sendo reocupado, na II Idade do Ferro (sécs. III-II a. C.), fase em que a muralha é reestruturada, mantendo a sua tendência em arco de círculo, guarnecida com torres circulares. Simultaneamente também o espaço intra-muralhas sofreu reformulações de natureza urbanística, dando origem a novas compartimentações de planta quadrangular/retangular e posteriormente, durante o período romano-republicano (sécs. II-I a. C.) a reformulação das linhas de muralha antecessoras e a construção de uma estrutura defensiva abaluartada de caráter retilíneo, que a partir do 2º quartel do séc. I a.C. será convertido num conjunto arquitetónico de cariz habitacional.
As excelentes condições geoestratégicas, a abundância e proximidade dos recursos alimentares, cinegéticos, agrícolas e naturais potenciaram durante uma longa diacronia de ocupação a fixação humana neste espaço.
Chibanes apresenta fortes afinidades culturais com a vizinha necrópole de hipogeus de Quinta do Anjo, comportando-se igualmente como importante espaço na história da evolução humana deste território, constituindo o que podemos designar como o primeiro castelo de Palmela.
O Castro de Chibanes foi classificado como Sítio de Interesse Público 2011
Bancos de corais
Os corais são criaturas marinhas, de águas pouco profundas e quentes, que se desenvolvem em grandes comunidades. Aqui aparecem completamente fossilizados (transformados em pedra), partidos, amontoados e misturados com os solos de cobertura. Isto mostra que, estes terrenos, tiveram uma formação subaquática com deposição de diversas camadas de estratos calcários e que, posteriormente, sofreram poderosos movimentos tectónicos (movimentação da crosta terrestre), vindo a formar as elevações. Tudo isto terá acontecido há cerca de 23 a 20 milhões de anos.
Moinhos da serra do Louro
Os dezoito Moinhos existentes na serra do Louro testemunham um dos poucos recursos tecnológicos que as gentes teriam ao seu dispor, até à década de 40 do século XX. Em Palmela, com uma população sobretudo dependente da agricultura, e por isso com fraca capacidade de produção e acumulação, os meios tecnológicos de que se dispunha foram até muito tarde os mais elementares. Os moinhos, movidos pela força, gratuita, do vento, transformarão em farinha o trigo que, até às primeiras décadas do século XX, existe em abundância, sobretudo no vale dos Barris.