A enguia europeia
A enguia sempre foi apreciada em todas as gastronomias europeias, desde o mar Branco ao mar Negro. Esta espécie é há muito tempo alvo de uma criação extensiva tradicional que consiste em manter as enguias cativas em albufeiras. A valicultura praticada na Itália foi durante muito tempo o centro nevrálgico da produção de enguias na Europa. Mas a espécie é cada vez mais rara. Figura como espécie gravemente ameaçada na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), estando protegida por um plano de recuperação europeu desde 2007. Uma vez que a enguia actualmente não se reproduz em cativeiro, a produção aquícola assenta agora na captura de juvenis que são posteriormente transferidos para explorações intensivas para prosseguir a sua fase de crescimento. Estas explorações utilizam sistemas de recirculação e concentram-se, essencialmente, nos Países Baixos, na Dinamarca e em Itália.
Nome científico – Anguilla anguilla
Produção (UE-27) – 8 164 t (2007); 97% da produção mundial.
Valor (UE-27) – 73 milhões de euros (2007).
Principais países produtores da UE – Países Baixos, Dinamarca, Itália.
Principais países produtores a nível mundial – Idem + China, Japão.
A enguia não se reproduz em cativeiro. É de realçar que a enguia só permanece nos rios, lagos ou albufeiras durante a fase juvenil. Quando atinge a maturidade sexual (entre os 6 e os 12 anos para os machos e entre os 9 e os 18 anos para as fêmeas), regressa ao local onde nasceu: o mar dos Sargaços, no Oceano Atlântico ao largo da Florida (EUA), onde se reproduz e de onde não volta a sair.
As suas larvas aí permanecem durante um a dois anos, sendo depois levadas pela corrente do Golfo até às costas dos países europeus onde chegam após uma viagem de 200 a 300 dias. O seu período de chegada estende-se do início do Inverno, no Sul da Europa, ao início do Verão seguinte, no Norte. Transformam-se então em meixões, pequenas enguias transparentes com 6 a 12 cm de comprimento. Permanecem nos estuários onde se alimentam de plâncton. Colonizam progressivamente os rios, lagos e albufeiras de planície onde se transformam em enguias-amarelas.
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