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Pico do Colcurinho - Vista a Nascente Traditional Geocache

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Aldeias de Montanha: Arquivada

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Hidden : 10/19/2012
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
2.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:


 
 
 

«A Vide dançava toda a noite com Trás-de-Serra e se o Domingo do Espírito Santo aproximava do São João, as cantigas tinham já ressaibos casamenteiros com feitiçarias da lua nas goleirinhas do rio. (…) Pela madrugada, a Vide e Trás-de-Serra, formando um só rancho de piedosos romeiros, subiam os montes até atingirem o mais elevado – o Colcurinho –, para cumprirem as promessas à Senhora das Necessidades – A Senhora do Cabeço -, que de todos era padroeira, sendo o Colcurinho, como se sabe e se vê, visto de toda a parte destas serranias.»

Esther Abranches Nobre

O Domingo do Espírito Santo com a tradicional subida ao alto do Colcurinho era, talvez, o dia mais festivo de todo o ano para as populações da freguesia de Vide.

O pico do Colcurinho é um lugar sagrado com uma tradição secular, senão milenar, e com grande impacto na atmosfera mítico-espiritual para os serranos de Vide e não só, pois seguindo caminhos similares à antiga Rota do Sal, da Trás-de-Serra, mormente da Covilhã, acorriam romeiros à Senhora das Preces.
Segundo a tradição, a imagem da Senhora das Preces foi encontrada por pastores no ano de 1371, precisamente no Alto do Colcurinho. Cedo se tornou (ou se renovou uma tradição pré-cristã) lugar de peregrinação apesar da dureza da caminhada. Cerca de dois séculos depois, a imagem sagrada foi transportada para uma ermida de Vale de Maceira, onde se viria a edificar o actual Santuário da Senhora das Preces.
No lugar da aparição da imagem, foi edificada uma capela no século XVIII, posteriormente demolida e reedificada no final do século XIX, sendo esta recentemente reconstruída após um terrível incêndio. Veja-se, no pico do Colcurinho, junto à Capela das Necessidades, a narrativa desta aparição na base do Cruzeiro.
Em Vale de Maceira, a festividade principal da Senhora das Preces passou para o primeiro domingo de Julho, sendo, antes, celebrada no Pentecostes.
A capela do pico do Colcurinho ficou dedicada à Senhora das Necessidades, mantendo cerimónias no Espírito Santo e São João. Refira-se a tradição descrita por Carlos Abranches Nobre, segundo o qual, nos inícios do século XX:
«(…) ranchos de rapazes e de raparigas bebiam água casadoira, na bica dos amores, na noite de S. João, antes de partirem para a Capela do Colcurinho, para lá, no alto, verem nascer o Sol.
Subiam a pé, por um caminho ou carreiro, entre o mato, cantando e por vezes dançando junto aos poisos. Caminho ainda hoje marcado pelos pés de muitos peregrinos, abençoados pela fonte das quatro bicas. Eu, também, do mesmo povo de Vide, pisei esse caminho para o Colcurinho, onde na parede da capela escrevi versos de amor, pedindo bênçãos à Nossa Senhora das Necessidades.»

Seguindo a reflexão do arqueólogo Nuno Ribeiro, poderemos aceitar que as marcas podomórficas referidas correspondam à remanescência de um antigo ritual de fertilidade associado ao Solstício de Verão.
A aldeia da Barriosa era ponto de passagem e de paragem para os romeiros de Trás-de-Serra à Senhora das Preces. Por isso, todo o fim-de-semana do Espírito Santo era de festa com apoteose na segunda-feira de regresso dos peregrinos, os quais se mesclavam com o povo da Barriosa em baile que durava todo o dia.
A cache encontra-se no final do caminho que os romeiros de Vide faziam desde a sua povoação até ao cimo do Colcurinho. Hoje em dia, através do programa das Vivências d’Aldeia, o Centro Dinamizador das Aldeias de Montanha organizam uma caminhada nocturna com recepção do nascer do Sol no Colcurinho. Uma alvorada muito especial.

Additional Hints (No hints available.)