Frei Agostinho da Cruz e Diogo Bernardes eram irmãos nascidos no concelho de Ponte da Barca, em 1540 e1530, respetivamente.
Frei Agostinho da Cruz, nome tomado após se ter tornado capuchinho, com 21 anos no Convento de Santa Cruz da Serra de Sintra (o seu nome inicial era Agostinho Pimenta), escreveu elegias e sonetos. Em 1605, contando 65 anos de idade, foi nomeado guardião no Convento de S. José de Ribamar. Nesse mesmo ano conseguiu autorização para viver como eremita na serra da Arrábida. Ali passou catorze anos no meio das maiores privações e austeridades: a sua comida eram ervas e frutas silvestres; a cama, a terra dura e o travesseiro um tronco de uma árvore. A natureza, é verdadeira na sua poesia. Frei Agostinho, ao entrar na religião, queimou quase todas as poesias que até então escrevera. As que escreveu depois foram pela primeira vez publicadas, só em parte, em 1771.
Diogo Bernardes, conhecido por Poeta do Lima, teve uma predileção especial por rios, ao descrever a melancolia da paisagem minhota. Após ter passado algum tempo em Lisboa, onde contactoiu com autores ilustres da época, como Sá de Miranda, com o qual descobriu a sua paixão pelo lirismo italiano, regressou a Ponte da Barca e ocupou o cargo de tabelião (o notário à época), deixado pela morte do seu pai. Considerado o poeta do Lima, cantou fundamentalmente a paisagem envolvente deste rio, embora tivesse também descrito outros rios, como o Tejo, o Douro, o Mondego, o Leça. Cultivou as formas poéticas tradicionais e também as de inspiração renascentista, como cartas, sonetos, nas quais revela um grande sentido lírico ao cantar os rios portugueses. Produziu, ainda, poesia de temática religiosa.
Excerto de poema de Diogo Bernardes:
As plantas rindo estão, estão vestidas
De verde variado de mil cores;
Cantam tarde e manhã os seus amores
As aves, que d'Amor andam vencidas.
As neves, já nos montes derretidas,
Regam nos baixos vales novas flores;
Alegram as cantigas dos pastores
As Ninfas pelos bosques escondidas.
O tempo, que nas cousas pode tanto,
A graça, que por ele a terra perde,
Lhe torna com mais graça e fermosura.
Só pera mim nem flor nem erva verde,
Nem água clara tem, nem doce canto,
Que tudo falta a quem falta ventura.[…]
Fontes e mais informações:
http://www.igogo.pt/monumento-aos-poetas-frei-agostinho-da-cruz-e-diogo-bernardes/
http://www.infopedia.pt/$diogo-bernardes
www.cmpb.pt
http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/diogob.htm
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