Skip to content

Anabelle [Graciosa - Azores] Traditional Geocache

Hidden : 5/31/2012
Difficulty:
2.5 out of 5
Terrain:
2.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:







Anabelle.

Quase ninguém a conhece por este nome e poucos sabem quem ela foi. Mas se ouvirem falar em Abel, muita gente ainda se lembrarádele. Anabelle e Abel eram a mesma pessoa, ou melhor, formavam a mesma pessoa, pois Anabelle deu lugar a Abel. Não éo que estão a pensar, isto passou-se hámuito, muito tempo. Mas talvez se acontecesse hoje, teria de ser da mesma forma.

Anabelle nasceu numa família de membros do clero: irmãos, primos, tios abraçaram a vida religiosa e visavam todos os cargos mais elevados. E Anabelle sentia como eram homens com poder, aquele poder que comanda os outros, que os influencia. Do outro lado, ficavam as gentes desfavorecidas, amedrontadas pelos senhores, ignorantes que serviam sem questionar e obedeciam cegamente.

Se Anabelle pudesse usar o poder dos homens para gerir o mundo de outra forma! Ela tinha a sabedoria e a intuição, masnão era um homem. E a opinião das mulheres não valia naquele tempo.

Se pudesse seguir os passos dos rapazes da sua família, se Anabelle tivesse as decisões na sua mão, ela podia fazer a diferençaE foi assim que Anabelle cedeu a sua vida a Abel. Simulou a sua morte e apareceu junto da família como um moço perdido, a necessitar proteção, com o nome de Abel. Com o coração ainda desfeito pela sua perda, a família acolheu aquele menino que lhes fazia tanto lembrar Anabelle e deixou-se seduzir pelo seu temperamento tranquilo, mas empreendedor. Perante a inteligência e perspicácia do rapaz, não hesitaram em providenciar os seus estudos juntos dos religiosos mais proeminentes do clã.

E foi assim que Anabelle, ou melhor Abel (e a partir de agora émelhor acostumarmo-nos a Abel) foi evoluindo na hierarquia da vida religiosa. Pretendia ir sempre mais além, mas a finalidade era ajudar o próximo. Não, não com bens materiais, visitas a doentes ou consolo dos mais idosos. Abel queria, sobretudo, remover a placa de ignorância que mantinha os mais desfavorecidos completamente subjugados e mergulhados num mundo de superstição, temor exagerado aos supostos esclarecidos e impedidos de evoluir como seres humanos.

Abel teria de escolher um meio de transmitir a sua mensagem. O seu trabalho teria de ser feito de forma lenta, mas persistente. Necessitava de falar com as gentes que lhe mereciam atenção e talvez o sermão fosse o método ideal, porque era assim que eles estavam habituados a ouvir. Mas agora precisavam de ouvir as palavras certas.

Hámedida que definia o seu plano, percebeu que não poderia despertar a atenção dos seus companheiros, teria de ser algo mais dissimuladotalveznum local diferente.

Pensou durante vários meses numa solução. Não era homem para desistir, ou melhor, não era pessoa para desistir e começava jáa ficar obcecado na procura de uma alternativa.

Tinha o hábito de andar durante o princípio da manhã, para controlar o corpo e, dizia aos outros, para procurar a paz interior. Para refletir e estar com os seus pensamentos, eram estes os motivos. Num dos seus passeios no fim de maio, afastou-se mais do que o habitual e numa direção que normalmente não tomava. Durante uma chuvada inesperada, procurou abrigo naquilo que lhe pareceu uma gruta. Descansou um pouco na entrada e mirou a chuva láfora. O dia estava bonito quando tinha saído, aquela chuva repentinaaquela chuva tinha-o levado para ali. Mas para quê? Para descansar mais, era óbvio, andava mais cansado e consumido ultimamente. Olhou em redor e observou o local para onde a chuva o havia conduzido. Levantou-se e explorou o interior do seu abrigo: viu a grande extensão de túnel, contemplou o chão, o teto, a pedra. Aqui estava a sua solução, aqui estava o seu espaço, aqui estava o seu templo!

Voltou muitas vezes depois, sempre em horas variadas e por percursos diferentes. Não queria que ninguém descobrisse para onde ia nem o que andava a fazer. Não ainda.

Levou mais de um ano a construir um altar em pedra. Tinha um ar tosco, mas estava bem alinhado. A cruz, construída com pedras muito bem escolhidas, era o seu orgulho. Quando tudo ficou pronto, começou a trazer os primeiros convidados. A principio, vinham em busca pão e saíam com alimento para o corpo e para a alma. Mantinham as suas visitas secretas, ainda tinham medo. Iam passando a palavra aos conhecidos. Aos poucos, juntava-se uma pequena multidão. Chegavam ávidos e expectantes, regressavam saciados e abençoados. O lugar, a mensagem ou o carisma de Abel (ou tudo junto) trazia-lhes uma sensação nova e fortalecia-os.

Ninguém sabe o que aconteceu mais tarde. A furna onde tudo decorria, acabou por ruir em alguns locais.

Sabe-se que chamam ao lugar a Furna do Abel e quem lávai hoje sai apaziguado, em paz, abençoado.





Sobre a cache

a)
As coordenadas são projectadas.

b)
Atenção ao waypoint para entrada.

c)
Faça-nos felizes e partilhe algumas fotos junto com o seu log de found it. :)









Additional Hints (Decrypt)

Fcbvyre vzntr / vzntrz fcbvyre (yrsg sebz nygne / à rfdhreqn qb nygne)

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)