TORRES DE VIGIA
O percurso “Água Férrea” localiza-se em Limeiras, aldeia da Freguesia de Praia do Ribatejo, Concelho de Vila Nova da Barquinha.
A aldeia de Limeiras é constituída por diversos lugares e casais, tais como: Cafuz, Caneiro de Baixo, Caneiro de Cima, Caneiro do Meio, Casal dos Cardadores, Casalinho, Casal das Figueiras, Portela de Laranjeira, Limeiras, Matos, Outeiro, Vale da Amoreira e Vale de Martinchel.
Território do Ozêzar
Todo o território de Praia do Ribatejo fazia parte do território de Ozêzar, mais tarde denominado por Vila de Payo de Pelle.
Foi em Outubro de 1159 que D. Afonso Henriques doou à Ordem do Templo o território do Ozêzar, com os seguintes limites: “pela Foz do Beselga, e daí, pela estrada que chama de Penela, até Alfeigiadoa, e daí, pelo cimo do monte de Alfeigiadoa, pela vertente das águas do lado de Tancos, e daí, como entra até ao fundo do pego do Almourol, e daí, pelo meio do Tejo até à foz do Zêzere, e daí, do Zêzere até à foz do Tomar (Nabão), e daí, pelo Tomar (Nabão), como vai até à foz do Beselga onde primeiramente fizemos o começo.”
Azevedo, Rui; “Documentos Medievais Portugueses – Documentos Régios”; Vol. 1, tomo 1, pp. 338 – 339, Doc. 27
Esta zona estava muito próxima do Castelo de Ozêrar que se situava onde hoje existe o cemitério de Praia do Ribatejo ( antiga Paio de Pelle ), assim sendo existiam por aqui varias Torres de vigia, ao longo do Rio Zêzere, que tinham como função vigia-lo, já que na altura era navegável até Dornes – Ferreira do Zêzere.
Era possível comunicar entre essas torres, protegendo assim o rio da entrada de possíveis inimigos. Os mais velhos desta zona, garantem que até perto dos anos 60 ainda por aqui existia um canhão dessa época que serviria para defesa desta zona. Esse canhão foi retirado pelos militares desconhecendo-se o destino que lhe deram.
Durante as invasões Francesas foi por aqui que entraram, tendo passado muito tempo na aldeia de Limeiras, a ponto de deixarem a sua marca, nomeadamente em algumas receitas de doçaria, nomeadamante a ferradura, bolo tradicional desta localidade que por cá foi deixado pelos Franceses.
Alguns dos Franceses ficaram por estas terras, não sendo pois de estranhar que por esta zona, ainda hoje haja muita gente de olhos azuis, coisa mais rara noutros locais desta zona.
A construção que aqui podem observar é de construção muito mais recente, é conhecida pela quinta do Machado, era uma quinta agrícola da qual ainda restam alguns vestígios, nomeadamente varias arvores de fruto.
Esta construção foi edificada sobre outra, essa sim bem mais antiga, da qual ainda se podem ver alguns vestígios, nomeadamente algumas colunas em pedra. Era nessas colunas que na altura das invasões Francesas, alguns dos invasores apareciam enforcados, sem que se soubesse muito bem com tal tinha acontecido.
Agradeço ao CcdL, pela partilha do local bem como da historia do mesmo, e ainda ao Dr. Fernando Freire.