Os menires são monumentos megalíticos integrados num fenómeno cultural que começa a marcar a paisagem europeia a partir do Vº milénio a.C., e que se traduz por uma arquitectura monumental, caracterizada pela construção de estruturas com blocos pétreos de grande dimensão.
Ao passo que as antas ou dólmenes constituem monumentos funerários, os menires poderiam assinalar lugares de reunião de comunidades pré-históricas afins, projectando também os seus ideais sagrados, voltados para o culto da fecundidade, marcada pelo carácter fálico destes monólitos. Podem também ser interpretados como marcos de território e/ou como ponto de observação dos astros, conjugando aspectos intimamente ligados à exploração e fertilidade do solo, do qual dependiam cada vez mais estas sociedades, progressivamente sedentárias.
No caso concreto do menir de Luzim, a sua localização pode também estar associada à proximidade da necrópole da Tapada de Sequeiros.
Pegadinhas de S. Gonçalo
As gravuras rupestres conhecidas como “pegadinhas de S. Gonçalo” revelam quatro pedomorfos, orientados a Nascente-Poente, articulados com cinco fossettes ou “covinhas”, e ainda um motivo geométrico em “T”, relacionado com outras duas fossettes.
Não pode precisar-se a sua datação, mas é genericamente aceite que esta arte rupestre é mais recente que os monumentos megalíticos aos quais se associa, desenvolvendo-se a partir do IIIº milénio a.C. até à Idade do Bronze. Durante este período começa a abandonar-se a construção dos grandes túmulos colectivos em favor de enterramentos individuais em cista, coincidindo com uma ampla e comprovada reutilização de dólmenes, factor que poderá justificar a presença destes núcleos artísticos em áreas de necrópoles megalíticas.
No caso concreto, este pequeno núcleo poderá estar associada à necrópole da Tapada de Sequeiros, localizada nesta envolvente.