Nos fins do século XIX existiu na Europa um grande movimento de combate contra um dos grandes males que afligia a Humanidade – a tuberculose – pelo que em todos os países civilizados começaram a surgir “Sanatórios”.
O Dr. Sousa Martins, então médico de reconhecida competência foi um dos iniciadores da luta contra esse mal. Encontrou no casal Biester e em sua tia D. Claudina Chamiço o apoio para que se construísse um Sanatório, numa região em que o clima, pelas suas características estava indicado para este tipo de doente.
O Sanatório de Sant’Anna foi assim inaugurado no dia 31 de Julho de 1904, por D. Claudina Chamiço, sua instituidora, que o legou à Misericórdia “… por ser a Instituição que pela sua respeitabilidade, antiguidade e garantia de duração, mais própria lhe pareceu para receber este legado”.
Edifício hospitalar de início do séc. 20, de grande envergadura e dinamismo volumétrico, conseguido pela disposição e articulação dos corpos e ritmos de coberturas, construído com as mais modernas soluções de higiene, salubridade e ventilação, mantendo, ainda que sem funcionar, sistemas mecânicos que hoje constituem verdadeiro património arqueológico industrial raro. Constitui-se como exemplo conseguido de relação entre hierarquias funcionais e uma componente ornamental de significativa originalidade e riqueza.
O edifício desenvolve-se numa planta em forma de H, com duas longas fachadas, paralelas à Marginal. Na que se encontra virada ao mar, destaca-se o corpo central, mais elevado, e os corpos laterais, desenvolvidos horizontalmente e abertos por uma galeria, interrompida por uma espécie de torreões, cujo remate se eleva bem acima da linha dos telhados. Os azulejos, as cantarias ou mesmo as grades de ferro que aqui encontramos expressam bem o cuidado no desenho do pormenor. No alçado oposto, os volumes apresentam, alternadamente, dois e três pisos, ganhando especial importância o central, mais elevado e aberto por uma arcaria tríplice, formando a galilé de acesso à capela. Esta, com capela-mor, nave (com trifório) e coro-alto, é decorada por pintura mural de gosto neomedieval. No interior do antigo sanatório, os corredores são bastante amplos, e revestidos por azulejos de cercadura floral, ganhando especial interesse o espaço correspondente ao primitivo Jardim de Inverno - uma sala definida por três corpos, articulados por arcos de volta perfeita, e decorados por painéis de azulejos de inspiração Arte Nova (com a representação de plantas relacionadas com utilizações medicinais), da autoria de Jorge Pinto, e executados na Fábrica Sabido.
Atualmente funciona neste local o Hospital Ortopédico de Sant'Ana pertencente à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
O Hospital Ortopédico de Sant'Ana oferece tratamentos nas seguintes áreas: Ortopedia/Traumatologia; Anestesiologia; Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética; Clínica Geral; Fisiatria; Oftalmologia; Otorrinolaringologia; Reumatologia.
Para saber mais sobre o Hospital, consulte o respetivo "site".
A CACHE
Para aceder à cache aconselhamos a passagem subterranea que se encontra junto à porta do Hospital, na marginal. Pequeno container que contém apenas o logbook. Não tem material de escrita.