O termo ' Escalhão ', derivaria do vocábulo ' Secalhão ', por se tratar de uma região árida.
Uma outra versão diz que ' Escalhão ' provém do latim ' Scalanis ' ou ' Scalarius ', classificando os montes rochosos que se escalonavam.
Com uma àrea de : 7843 /hectares, e uma população residente, cerca de : 1100 /habitantes, é a maior das freguesias do Conçelho de Figueira de Castelo Rodrigo.
A freguesia de Escalhão tem por limite a Norte: o rio Douro e Barca D'Alva, a Nascente : o rio Águeda e a freguesia de Mata de Lobos: a Sul da mesma freguesia a fronteira de Vilar Formoso uma das principais fronteiras com a Espanha. A Poente a aldeia de Vilar de Amargo e a ribeira de Aguiar.
As principais vias de acesso que servem Escalhão são a E. N. 221 e a E. M. 604.
Rumo a Norte, à beira da estrada nacional, podemos contemplar do miradouro: ' Alto da Sapinha ' as amendoeiras en flor que deixam um imenso manto branco sobre o vale do Douro.
Entre outras, encontra-se também uma bonita fonte ' chafariz ' construída em 1797 e a qual abasteceu em água, à povoação da Escalhão.
Do seu passado remoto pouco se conhece, sabendo-se apenas que autrora terá ixistido un castro lusitano-romano e vestígios de uma fortificação medieval, que poderá ter sido construída sobre o mesmo em 1310, por ordem de Dom Dinis.
Um dos pontos de referência obrigatória, a Igreja Matriz, dedicada a nossa Senhora dos Anjos, padroeira da freguesia, apresenta uma arquitectura de estilo manuelino.
Construção do XVI, se supõe serem restos da fortaleza medieval. No seu interior possui elevada riqueza artística, sendo de destacar o valoroso trabalho de talha dourada e os frescos pintados no tecto de estilo maneirista do século XVII. Outro sinal característico deste Monumento Nacional, são as marcas de balas de canhão que se podem notar em várias pedras dos altos muros, resultantes dos bombardeamentos de 1642 no âmbito da guerra da restauração, pelas tropas espanholas.
Em 17 de Outubro desse ano, Portugal foi invadido por um exercito espanhol comandado pelo renegado português João Soares De Alcarcão, com 4500 soldados e 400 cavaleiros. As povoações por onde passavam eram mergulhadas no sofrimento, destrução e ruína. Chegaram a Escalhão encontram uma resistência, com a qual não contavam. Ruas barricadas, 30 soldados, sob o commando do alferes João Rodrigues e 150 Escalhonenses, chefiados por Paulo Freire, reconhecendo que não podiam defender as trincheiras devido ao elevado número inimigo, refugiaram-se na Igreja, preparando-se para enfrentar o invasor. Os Escalhonenses defenderam-se heroicamente contra as balas de canhão que tinham por principal alvo a Igreja.
Conta a tradição que um homem de nome de Janeirinho, matou o capitão dos castelhanos na entrada da porta falsa da Igreja. O capitão de Zamora investiu a porta gritando: ' Viva o capitão Zamora '. De dentro respondeu-lhe o Janeirinho: ' Viva o Janeiro com a sua porra,' ao mesmo tempo, enfiava o badalo do sino na cabeça do capitão. As tropas inimigas, já bastante enfraquecidas e surpreendidas pela resistência dos Escalhonenses, entraram em pânico ao verem um dos seus chefes morto. Aproveitando este momento de hesitação os Portuguêses saíram do templo e investiram contra os espanhóis que começaram a recuar abandonando as suas posições e material. Num local denominado: ' A Veiga dos Mortos ' o inimigo parou e, reorganizando-se, tentou tomar a ofensiva, mas de nada value o seu esforço. Os Escalhonenses apontaram sobre eles as peças de artilharia que lhes haviam tomado, causando-lhes grande número de mortos.
A Igreja Matriz foi classificada de intresse público em Setembro de 1978
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