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Convento de Santo António dos Capuchos Traditional Geocache

This cache has been archived.

mbett: Destruída.

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Hidden : 2/5/2012
Difficulty:
2.5 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   not chosen (not chosen)

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Geocache Description:

PT
O objectivo desta cache passa por uma sensibilização para o estado em que se encontra actualmente o Convento de Santo António dos Capuchos, em Angra do Heroísmo, cidade Património Mundial classificada pela UNESCO. Leia a história que se segue.

ENG
The purpose of this cache goes through an awareness of the state that is now the Convent of Saint António dos Capuchos, in Angra do Heroismo, city classified World Heritage by UNESCO.

PT
Guardo boas memórias da minha vida, apesar de já ter perdido a conta aos anos que perpetuam a minha existência. Sei, sim, que já vivi muito.
Tenho visto ao longo dos anos muitas crianças crescerem e tornarem-se homens e mulheres. Já vi passarem por mim muitas gerações. Muitos dos vossos pais e mães namoraram sob a minha protecção e testemunhei as juras de amor dos vossos avós e, décadas antes, dos seus antecedentes. Vi lágrimas de felicidade ao longo da minha vida. Assim como assisti, e assisto ainda, comovida, aos amores que perduram lavados em lágrimas pela eternidade, após a morte. Morte que cumprimento respeitosamente todos os dias.
Ao meu lado está o meu companheiro de muitos e muitos anos e o motivo desta história que vos conto: o meu convento. Só eu olho por ele, incapaz de ajudá-lo, para minha imensa mágoa e angústia. Está velho, caído e mal tratado. A força da natureza encarregou-se de derrubá-lo no dia 1 de Janeiro de 1980. Até esse fatídico dia serviu de acolhimento de raparigas órfãs. O Homem não teve até hoje, passadas mais de três décadas desde o dia em que o vi cair aos meus pés, capacidade para reerguê-lo. Curiosamente o mesmo Homem que o construiu, decorria então o Século XVII. Desculpar-me-ão por não me recordar com exactidão o ano em que o meu convento terá nascido, mas certamente compreenderão que a minha idade não me permite recordar com exactidão todos os detalhes que vivi, e ouvi nas histórias que o vento partilha comigo.


O meu convento chama-se Santo António dos Capuchos. Não é um nome bonito? É um nome digno da sua beleza arquitectónica. Eu chamava-o (e chamo) de Barroco, por ser este o seu estilo arquitectónico. E ele ria-se, reflectindo a beleza da talha barroca da capela-mor. Era nesses momentos que mais brilhavam, tais olhos, os seus lindos painéis de azulejos, que recebeu no Século XVIII e aos quais um tal de Santos Simões dedicou uma justa homenagem numa obra literária dedicada à Azulejaria Portuguesa nos Açores e na Madeira. No seu exterior destacava-se uma grande janela emoldurada e as pessoas admiravam a sobriedade e o equilíbrio das suas paredes e contemplavam outras duas janelas triangulares que ladeavam a imagem do santo casamenteiro que lhe deu o nome.
Por ironia, quis o destino que nós nunca nos tivéssemos casado, apesar de estarmos tão próximos. Mas, também, tão distantes. Uma das maiores tristezas que guardo é nunca ter tido a possibilidade de percorrer o seu claustro, apesar de me encontrar suficientemente próxima para ouvir os passos de quem por lá passeava. Tantas vezes ouvi elogiarem o grande cruzeiro de pedra esculpida, agora guardado no Museu e à espera de melhores dias, que se encontrava nesse mesmo claustro em vez do tradicional tanque.
O meu convento teria muito para contar, se tivesse condições para o fazer. Nele está enterrada e deixada ao abandono uma parte da história desta Mui Nobre Cidade de Angra do Heroísmo. Parece que ainda o ouço contar, orgulhoso, a história da sua origem. A iniciativa para a sua construção partiu de um Capitão das Ordenanças, de seu nome João d’Ávila, herói da Restauração de 1640 e um dos líderes do cerco e conquista da Fortaleza de São João Baptista, que naquele tempo se chamava de São Filipe.
A história daqueles anos seria certamente outra não fosse este herói e um outro de seu nome Francisco Ornelas da Câmara. João d’Ávila está sepultado no meu querido convento. Assim como está igualmente sepultado na sua igreja D. Frei Alexandre da Sagrada Família, natural do Faial e Bispo de Angra entre 1816 e 1818, o primeiro Prelado nascido nos Açores que teve a honra de ser Bispo na sua terra de origem e era tio de Almeida Garrett – diziam que terá mesmo influenciado a sua educação. O próprio Almeida Garrett esteve aquartelado no Convento de Santo António dos Capuchos, numa época em que a Terceira assistiu ao encerramento dos seus conventos e mosteiros dando lugar à instalação de unidades militares recompostas ou organizadas a partir dos que, fugindo de D. Miguel, conseguiam chegar a esta ilha de Jesus Cristo. Viviam-se tempos conturbados e a organização da resistência liberal em Angra muito lutou entre os anos 1828 e 1834.
Como percebem, o meu convento guarda uma parte importante da história, não só de Angra, mas de Portugal. Poderia falar-vos de outros ilustres que descansam para toda a eternidade sob as ruínas do Convento de Santo António dos Capuchos, como é o caso de Leão Borges de Sousa e Saavedra, Visconde de Bruges e 1º Conde da Praia da Vitória, líder incontestável da causa liberal nesta ilha e nos Açores. Mas estou cansada. Os longos anos que carrego não me permitem continuar…
Peço-vos apenas que quando vierem visitar-me, em busca do que guardo, reflictam sobre esta herança cultural que vos pertence e falem dela aos vossos semelhantes. Insistam na triste realidade a que está sujeito o Convento de Santo António dos Capuchos.

A sempre Vossa,
Metrosideros excelsa

P.S. Eu não guardo tesouros de outros tempos, mas possuo um livro de visitas que poderá assinar.

Muito cuidado com os Muggles, podem ser muito curiosos. Se necessário afaste-se um pouco com o logbook para registar a visita. Volte a colocar exactamente como encontrou.
Por favor não publicar fotografias da cache, nem de quem conta a história. Evitar dar pistas nos logs. Pratique CITO.


ENG
The full story will be available in english soon.
Be careful with the Muggles, they can be very curious. If necessary step back a little with the logbook to log the visit. Put back exactly as found. Please do not publish photographs of the cache, or who tells the story. Avoid giving clues in the logs. Practice CITO.

Additional Hints (Decrypt)

CG Fbh rh dhrz pbagn n uvfgóevn Pbagéz ncranf ybtobbx (yrir pnargn). Noeve pbz phvqnqb frthenaqb n gnzcn. RAT V'z gur bar gryyvat gur fgbel Pbagnvaf bayl ybtobbx (gnxr cra). Bcra pnershyyl ubyqvat gur pbire.

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)