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D.Dinis e a Ordem do Templo Traditional Geocache

Hidden : 2/21/2012
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
4 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:


Ordem do Templo

No final do séc. XI a Palestina vivia uma situação de caos e anarquia que tornava as peregrinações aos lugares santos muito perigosas. Os peregrinos e outros viajantes enfrentavam caminhos infestados de bandidos que, não só roubavam, como matavam os que se aventuravam nestas viagens. Urbano II convocou a Cristandade para defender Jerusalém, iniciando assim as Cruzadas do mundo ocidental em território do Oriente. É neste processo que, em 1118, um grupo de nove cavaleiros cruzados decide “abandonar as coisas do mundo” e jura dedicar-se à protecção dos peregrinos pelos caminhos da Terra Santa. O seu mestre fundador, foi um cavaleiro da Borgonha, Hugo de Payens que, auxiliado pelo Rei Balduíno II da Palestina e por S. Bernardo de Claraval, obteve do Papa o estatuto de Ordem religiosa e militar para si e seus companheiros, que passaram a designar-se por “Pobres Cavaleiros de Cristo”. Foi no terraço do Templo de Salomão, em Jerusalém, que tiveram a sua primeira sede. Este local era, na verdade, a Mesquita de Omar transformada em igreja cristã pelos cruzados, a qual, passou mais tarde a designar-se por Templo da Rocha. Foi assim que os Pobres Cavaleiros de Cristo passaram a ser conhecidos como Cavaleiros do Templo de Salomão ou apenas, Cavaleiros Templários. Para angariarem fundos para a sua causa, estes cavaleiros nomearam alguns dos seus irmãos como procuradores da sua ordem na Europa, entre eles o próprio Hugo de Payens e, assim, iniciaram um movimento de cavalaria religiosa extraordinariamente poderoso, quer militarmente, quer em bens e privilégios, na dependência directa e exclusiva, do Papa. A sua missão durou cerca de 200 anos, período durante o qual a Palestina esteve sob o domínio dos cruzados e o poder dos Templários cresceu graças à sua disciplina militar e a uma organização logística eficaz e inovadora. A queda de Jerusalém em 1291, marca o início da trágica história dos Templários que, perseguidos por Filipe IV de França, num processo iniciado em 13 de Outubro de 1307, confirmado pela bula de Clemente V, Vox in Excelso, de 22 de Março de 1312, determina a extinção da Ordem do Templo. Este processo arrastar-se-á durante cerca de sete anos e culminará com a morte na fogueira do último mestre templário, Jacques de Molay. Em Portugal, por razões de Estado, e porque na Península Ibérica a ocupação muçulmana prevalecia, D. Dinis não acata as ordens do Papa e, pelo contrário, cria a Ordem de Cristo para a qual transitarão os bens e os cavaleiros da extinta Ordem. Em 30 de Dezembro de 1308, quando a perseguição dos templários já se tinha iniciado em França há mais de um ano, o Papa ordenou ao Rei D. Dinis que prendesse os templários sob a sua alçada. É então criada uma comissão de inquérito no país. Esta é presidida pelo Bispo de Lisboa e conta com o Superior da Ordem dos Franciscanos e com um jurista, João de Luís. 28 templários são então interrogados, juntamente com outras seis testemunhas. Para evitar que os bens da Ordem do Templo caiam nas mãos de terceiros, o Rei ordena a sua confiscação em Janeiro de 1310, até que a Igreja tome uma decisão oficial sobre a Ordem incriminada. O inquérito levado a cabo em Portugal, sem recurso à tortura, não revela nada de condenável contra o Templo ou contra os seus membros e um concílio provincial, reunido pouco tempo depois para decidir sobre o que deveria ser feito, conclui o mesmo. O Rei D. Dinis fica inquieto com o rumor de que o Papa se preparava para beneficiar a Ordem do Hospital com os bens da Ordem do Templo. Os Hospitalários já possuíam propriedades suficientes na margem sul do Tejo e, se lhe fosse concedido o património dos Templários situado na margem norte do rio, a sua implantação nesta zona estratégica seria de tal ordem que poderiam fazer sombra à autoridade real. Após algumas negociações, o Rei consegue, em 1319, que o património da Ordem do Templo passe para uma nova Ordem, realmente portuguesa. A bula de fundação Ad ea ex quibus concedida pelo Papa de Avinhão, João XXII, em 14 de Março de 1319, proclama primeiro o nascimento da nova Ordem, denominada Ordem de Cavalaria de N. S. Jesus Cristo e institui a fortaleza de Castro Marim, situada no extremo sudeste do país, na foz do Guadiana, como casa capitular. Em seguida, esta impõe a Regra de Calatrava à nova confraria e coloca-a sob o comando de D. Gil Martins, antigo Mestre da Ordem de Avis. Transfere todos os antigos bens e direitos da Ordem do Templo para a nova milícia, mas coloca-a sob a eminente autoridade do abade cisterciense do Mosteiro de Alcobaça, na diocese de Lisboa. O abade vê-se atribuir o direito de visita e de correcção sobre todas as casas da Ordem de Cristo. Cada mestre da Ordem deverá, pois, jurar fidelidade ao abade, enquanto representante do soberano pontífice. Finalmente, a bula prevê que, em caso de vaga no mestrado, seja escolhida como mestre uma pessoa militar e religiosa, expressamente professa da nova ordem. Infelizmente, no século seguinte, este dispositivo de protecção não conseguirá resistir à ganância dos soberanos portugueses, atiçada pelas enormes riquezas da Ordem. Os historiadores consideram que a Ordem de Cristo foi o principal refúgio dos Templários que escaparam às grandes detenções de 13 de Outubro de 1307, em França. Esta nova Ordem portuguesa constituiu, pois, o (único?) ressurgimento da Ordem do Templo. A maioria dos cavaleiros templários chegou a Portugal por mar, pois uma parte da frota templária, que tinha partido de La Rochelle para evitar a sua requisição, desembarcou no Porto de Serra d'El Rei, um bastião portuário erigido por Gualdim Pais, hoje desaparecido. Por consequência, a Ordem de Cristo herdou os conhecimentos dos Templários em matéria de construção e de navegação marítima. Estes serão utilizados, um século mais tarde, pelo Infante D. Henrique, o Navegador, governador da Ordem de Cristo, para aperfeiçoar a sua famosa caravela, cujas velas ostentam com orgulho a Cruz dos Templários, e, posteriormente, por Cristóvão Colombo, genro do Grão-Mestre da Ordem de Cristo.

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