Esta cache
vai leva-lo até ao Figueiredo, local este onde se encontra um
Eucalipto centenário protegido contra ao seu abate com um perímetro
de caule de aproximadamente 10 metros.
A
história do eucalipto
O eucalipto
é uma árvore originária da Austrália, que chegou a Portugal há
pouco menos de duzentos anos. Aqui encontrou um bom clima com
condições propícias para crescer, viver e criar raízes! Hoje
conhecem-se mais de 700 espécies de eucaliptos. Em Portugal a
espécie dominante é o Eucalipto Globulus. O eucalipto ocupa uma
parte significativa da floresta portuguesa e é um importante
recurso natural renovável, de comprovada importância económica,
social e ambiental. E, fruto do desconhecimento da maioria das
pessoas, tem sido uma árvore muito mal amada. Muita coisa errada se
pensa e diz sobre o eucalipto.
Afinal está errado pensar assim!
Vamos lá esclarecer estes erros!
é errado pensar e dizer que o nosso
Eucalipto consome água em excesso, seca as fontes.
é errado pensar e dizer que o nosso Eucalipto consome mais
nutrientes do solo que as outras espécies e que por isso impede o
crescimento das plantas vizinhas.
é errado pensar e dizer do nosso Eucalipto que Portugal
está cheio de eucaliptos.
é errado pensar e dizer que o nosso Eucalipto está a
transformar a floresta portuguesa, podendo em alguns anos tornarse
a espécie dominante.
A verdadeira história do Eucalipto em
Portugal
Não há
dúvida que se tem vindo a verificar, ao longo dos anos, o aumento
da área florestal ocupada pelo eucalipto. Mesmo assim, os
relatórios do ano de 2001 mostram que o eucalipto é a terceira das
espécies florestais dominantes em Portugal ocupando, apenas, a
sexta parte da área total da floresta portuguesa. Em primeiro
lugar, aparecem o pinheiro bravo e o sobreiro. O crescimento da
importância do eucalipto em Portugal está associado ao
desenvolvimento da indústria de Pasta de Celulose. Esta indústria é
uma das fontes de produção de riqueza do nosso país onde
desenvolvem actividade muitos trabalhadores. O que revelam os
números: Portugal Continental tem uma área total de 8,9 milhões de
hectares (8900 milhares de hectares).
A área
florestal em Portugal é de cerca de 3349 milhares de hectares assim
divididos:
Pinheiro Bravo – 976 mil hectares
Sobreiro – 713 mil hectares
Eucalipto – 672 mil hectares
Azinheira – 462 mil hectares
Outras espécies – 526 mil hectares
Saber mais para saber melhor os estudos
científicos ajudam a compreender...
Diversos
estudos científicos demonstram que é errado pensar que os
eucaliptos desertificam os solos ou produzem neles efeitos
indesejáveis que possam ser medidos. O conhecimento científico
explica, também, a aparente contradição que existe entre o facto de
o eucalipto crescer muito depressa (e por isso esgotar os sais
minerais dos solos) e o facto de não haver degradação da composição
química desses mesmos solos. É que, mais de 80% dos sais minerais
“extraídos” do solo pelo eucalipto são devolvidos à
terra através da queda periódica das cascas e das folhas, sendo no
momento da exploração florestal, a “devolução” feita
pelas folhas ramos e bicadas que permanecem na floresta. A menor
presença de espécies arbustivas no eucalipal deve-se, pois, a
fenómenos de ensombramento (porque o eucalipal “fecha”
cedo as copas) e a fenómenos de concorrência hídrica e nunca a
qualquer forma de esgotamento do solo.
Em relação
ao elevado consumo de água, o eucalipto, como todas as espécies de
crescimento rápido, tem uma elevada capacidade de adaptação
bioclimática. Se existir água em abundância, haverá mais
madeira por unidade de tempo, haverá mais biomassa produzida,
haverá maior consumo de água. Porém, os consumos dos eucaliptos não
diferem dos consumos dos pinhais ou de outras massas florestais,
como provam os estudos efectuados em Portugal e em todo o mundo (e
que já foram publicados pela Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e Alimentação – FAO). O que leva à decisão de
evitar e mesmo não plantar eucaliptais ou outras espécies
florestais em locais ou em condições em que a água seja mais
necessária para outros fins, como por exemplo para a produção
agrícola.
Glossário
Eucalipto Globulus –
espécie arbórea da família das Mirtacias, originárias da Austrália
e Tasmânia, introduzida em Portugal na primeira metade do século
XIX.
Pasta de Celulose – aglomerado de fibras vegetais
utilizado no fabrico de papéis e de outros produtos com múltiplos
usos.
Solo – o meio natural para o desenvolvimento das
plantas terrestres, tal como se formou ou mais ou menos modificado
como resultado da sua utilização pelo homem.
Bicada – a parte mais alta e delgada do caule das
árvores com forma cónica e respectiva ramagem e folhas.
Exploração Florestal – conjunto de operações
realizadas pelo homem para retirar da floresta os produtos que lhe
interessam, nomeadamete a madeira.
Fenómeno de Ensombramento – intersecção da
luz solar pelas copas das árvores impedindo que ela incida
directamente no solo da floresta e na vegetação rasteira nela
existente.
Fenómeno de Concorrência Hídrica – a
“luta” entre as diversas plantas existentes num local
para utilizarem a água existente nos solos.
Água – a componente do planeta Terra fundamental
para que nele exista vida, quer animal, quer vegetal, e que
constitui os oceanos, lagos, rios e que também se encontra na
atmosfera e no solo.
Sais minerais – compostos resultantes da reacção de
ácidos sobre bases e que no solo contém os elementos necessários
para o desenvolimento das plantas.
Eucaliptais – áreas em que as árvores predominantes
são os eucaliptos.
Bioclimática – interacção e interdependência dos
seres vivos relativamente às condições atmosféricas que
caracterizam os climas (temperatura, humidade, ventos,
chuvas,
neves, etc.).
Biomassa – conjunto de matérias produzidas por
organismos vivos existentes num determinado local.
Floresta – ecosistema em que a vegetação dominante é
constituída por árvores, mas que inclui todos os outros seres vivos
(vegetais e animais) a ela associados.
CELPA – Associação da Indústria
Papeleira.
Fonte - CELPA