Atenção
Tratem o local como se fosse um museu, respeitem-no, sejam
discretos, explorem, observem, mas não deixem marcas da vossa
presença fora do container da cache. De resto - Divirtam-se!
O Renascer da Mente
Sem verdadeira espera viviam lá, na trasparência do olhar
As duas almas, em genuína ansiedade
Foi por ingénua curiosidade que elas viram da janela a
chegada
Dormia lá acorrentado pelas trevas
Um ser atormentado, sem te sentir chegar
Lá estavam elas
As entidades da razão devotas à observação
À espera da jogada certa para lançar a sua intenção
Surgia pela madrugada o ser malicioso, de sorrizo animal
Forjado pelo sofrimento outrora derramado pelo seu punhal
Foi a ausência de sentimento que o impediu de perceber
Aprisionado no lugar do corpo ele existiu
E limitou-se a seguir aquilo que não conseguia ver
Subiu os muros avistando uma presa
E foi também surpreendido pela força do poder
Ele rendeu-se a vasculhar
O espaço que lhe era tão famíliar
Pela promeça de te agarrar pelo cabelo
E de erguer em cruz as lâminas na ira de cortar
Não me libertes neste pesadelo - clamavas tu
Segura bem a minha mão - dizia ela
Há uma luz que se liberta deste elo
Há nele uma tentação que atrai todas as criaturas
E espalha-se pelas paredes lisas até aos cantos mais
obscuros
É uma força que invoca sem questionar a forma de pensar
Existe em nós uma tensão capaz de explodir no ar
Capaz de separar as almas e os pensamentos
Fundir e transformar a ordem dos segmentos
Nesse lugar em que habiata consciência depois do corpo
desmaiar
Posso te dar a minha essência em que te vais deixar levar
Dou-te a chama da paixão neste encantamento
Só tens de ser capaz de a segurar na tua mão para que no
calor da emoção
Se espalhe a onda do momento, presente no teu pensamento
És vida pura que inspira o olhar
És a figura ondulante do saber, que ousa ver
Há energia no teu punho pronta a disparar, e enfrentar a
entidade
P'ra reclamar o que é teu, já que não é assim por
unanimidade
Pois não pretence a outras mãos a chama que em ti se acendeu
O fogo derramado sobre gelo
Vai derretê-lo quando lhe tocar.
É o momento certo para atacar.
Ajusta-se em ti o plano de focagem manual
Na luta contra a máscara que esconde o rosto da mensagem
Para mostrar que o poder da arma é virtual
P'ra quem revela a miragem, da alma que agora se tornou
real.
Fez-se mulher a tua alma,
Rompeu com punhos e coragem
Determinada a abrir passagem
Contra a legião armada de poder
E o soldado - gelo que o fogo derreteu
Não se rendeu nem ripostou, foi nele que a tua mira se
ajustou
Foi rápida demais a tua intervenção, não deu lugar à reacção
Foi a jogada em que o jogo se virou
Caminho livre - Entraram leves como o ar na outra
dimensão
As duas almas prontas para apreender a nova vida
Como quem sonha antes de acordar,
Naquela inocência que não duvida, ganharam
força para a levar
Presas na transparênca de um plano paralelo
As manas procuraram o amor escondido no novelo
E foi nesta figura que encontraram a amostra desse elo
Sentiram o seu peito novamente a respirar
Fieis, na porta do saber elas surgiram para renascer
O mundo não foi seu p'ra não explorar
Fora da lógica que te ditava a razão escrita pelas entrelinhas
da históra
A arma de poder na tua mão guiava-te pelo calor da emoção
Na intenção de castigar um ser isento de memória
Havia um preço a pagar, p'ra quem ousou cortar o laço
Quem mais lucrou com este desenlaço foram as manas
Que arrumavam calmamente a bagagem
Entusiasmadas por seguir viagem
De feições nítidas e firmes - quase humanas
A lágrima na face pálida, escorria disfarçadamente,
Ela sentiu entrar em jogo o poder de outra mente
Porque o soldado obedecia à voz da entidade
Mas segurava na boneca sem verdadeira vontade de a quebrar
Sem aguardar pelo momento da verdade
Viraste-te num gesto de revolta pertinente
E obedecendo à postura imponente soldado
Passaste fielmente a arma à entidade
Deste-lhe liberdade para vos levar.
Daqui, na direcção daquilo
Que só o tempo pode revelar.