O Ramal de Évora
A história do ramal de Évora começa ainda no
século XIX, em 3 de Janeiro de 1860, com a assinatura do contrato
entre o Governo e a Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste para
a construção do troço de Vendas Novas a Beja e Évora. Depois de
concluídas as obras desta linha, foi possível abrir-se a linha a
partir de Vendas Novas para Beja, com saída para Évora na
localidade de Casa Branca. Na altura, este troço tinha o estatuto
de linha, pois fazia parte do extenso plano criação de uma rede de
caminhos de ferro com centro em Évora, a famosa Estrela de Évora,
que seria também ela o centro de distribuição de várias linhas no
Alentejo, e onde se incluía também parte da “Linha do
Guadiana”.
De Évora saíam as linhas para Mora, Reguengos de Monsaraz,
Estremoz, Vila Viçosa e Portalegre, sem esquecer Casa Branca. A
linha de Évora conheceu nesses tempos o seu apogeu. Esta linha teve
um desempenho notável durante a Guerra Civil Espanhola uma vez que
permitia, por um lado às tropas portuguesas apoiarem os vizinhos
espanhóis, mas também acabou por fazer com que muitas pessoas
abandonassem as suas vidas nas aldeias da Raia, fugindo à guerra,
ao contrabando e à constante instabilidade que a Fronteira
Espanhola representava.
Já no século XX, com o virar dos anos 90, veio a penumbra. Um
enorme plano de encerramento de linhas com poucos passageiros,
ditou o fecho das linhas para Mora, Vila Viçosa e Portalegre,
ficando Évora servida apenas com a linha em direcção a Casa Branca,
agora classificada como “Ramal de Évora” e pela linha
de Estremoz, ligação de Évora com a linha do leste, por
Portalegre.
A linha de Évora encontra-se hoje a um pequeno passo de voltar a
ganhar a importância que já teve. A sua renovação total, agendada
há anos, está agora na fase de concretização.
O ramal de Évora tem pouco mais de 26Km. Apesar de curto, as
circulações mais rápidas no ramal levavam mais de 30 minutos para
cumprir a distância que separa Évora de Casa Branca. As velocidades
estavam, no momento do encerramento para obras, limitadas a 50 km/h
para todo o tipo de circulações. Não há muitos anos antes, as
automotoras estavam autorizadas a 60 km/h, situação que acabou por
ser desaconselhada devido ao estado da via, que recomendava neste
momento um limite mais severo.
Quase todas as circulações de passageiros do ramal eram ainda
asseguradas pelas vetustas automotoras Nohab da série 0100,
entradas ao serviço em 1948 e renovadas na década de 80.
Apesar de sofrerem, e muito, com a idade, foram mesmo estas
automotoras a percorrer os últimos quilómetros no ramal de Évora,
tal como o conhecemos até ao dia 9 de Fevereiro de 2005.
Prevê-se que o futuro reserve dias radiantes para esta linha.
Após a renovação, é de esperar que todo o ramal fique apto a uma
velocidade não inferior a 160 km/h.
Como se pode ver, o ramal de Évora, apesar de amputado de várias
das suas linhas afluentes, terá um futuro como artéria de primeira
importância, servindo a cidade de Évora com a qualidade que se
exige no século XXI, e servindo para o transporte de mercadorias
entre Portugal e o resto da Europa. Não será um ramal tão rústico e
museológico como foi no passado, mas só temos que nos congratular
com o reconhecimento da sua importância vital através das recentes
obras de renovação.
Fonte:
http://www.transportes-xxi.net/tferroviario/empresas/refer/linhas/evora
Como qualquer cache do Projecto Geogare pede-se aos finders que
tirem fotografia à estação em causa :) Avisa-se também que pode
haver alguma dificuldade para pessoas de estatura mais baixa.
A minha primeira,logo espero que gostem.