O Sobreiro
O
Sobreiro é uma das espécies mais importantes da zona
mediterrânica, constituindo as áreas de sobreiros um tipo
característico de sistema agro-florestal, denominado montado de
sobro.
O aproveitamento e utilização do Sobreiro é total: a
exploração da cortiça, dos frutos (bolotas), a madeira para lenha e
carvão, a caça existente nos montados, aproveitamento dos solos
para pastagens e/ou cereais de sequeiro.
A importância económica é indiscutível e resulta
principalmente do facto de Portugal deter mais de 55% da produção
mundial de cortiça. De acordo com os dados do Instituto Florestal,
estima-se que a produção anual nos últimos anos seja de 35 mil
toneladas de cortiça virgem e de 135 mil toneladas de cortiça
amadia.
Os montados de sobro apresentam também uma elevada
importância ecológica, em grande parte devido à estabilidade deste
tipo de ecossistemas. Esta importância verifica-se especialmente
pela manutenção de uma elevada diversidade biológica e pela
conservação de uma herança cultural associada a estes
ecossistemas.
Quando se fala do Montado de Sobro não nos podemos esquecer
dos problemas sociais e culturais que a substituição de sobreiros
poderia acarretar. Será mais um factor para acelerar a
desertificação do Alentejo, pois a exploração dos povoamentos de
sobro, exige a presença de homens, contribuindo deste modo para a
fixação da população rural.
Características
- GERAL: Árvore de porte mediano que pode
atingir 20 m de altura com copa ampla e pouco densa. O tronco
tortuoso é ramificado em grossas pernadas e revestido por casca
acinzentada, algo enegrecida, espessa e fendida: a cortiça. As
folhas são persistentes.
- FLORES: Floração de Abril a Junho e
parcialmente no Outono. As flores masculinas no extremo dos
raminhos do ano anterior e as femininas na parte superior do
raminho do ano, ambos em amentilhos verde-amarelado.
- FRUTO: A bolota, oval comprido com ponta
coberta de veludilho, atinge a maturação no Outono, evoluindo de
verde a castanho-avermelhada na maturação, com uma cúpula coberta
de escamas triangulares, curtas e imbrincadas. Frutifica desde os
primeiros anos.
- CASCA: Ritidoma suberoso grosso e gretado -
Cortiça - tornando-se liso e amarelado ou avermelhado nos troncos
descortiçados.
- ECOLOGIA: É chamada uma "árvore de plena
luz". Tolera climas com períodos estivais secos e pluviosidade
baixa, aprecia no entanto um teor médio de humidade do ar e do
húmus, suportando mal as geadas; desenvolve-se bem em todos os
solos de textura leve a média e pH ácido ou neutro, mas evita os
calcários. Não vai além dos 500 m de altitude. Renova bem pelo
cepo. Vive cerca de 300 anos.
- DISTRIBUIÇÃO: Originária do Oeste da Região
Mediterrânica: Portugal, Espanha, França, Itália, Argélia e
Marrocos. É uma árvore comum em todo o País, com grande frequência
a sul do Tejo onde surge na forma de montados, e esporádica no
Norte. Ocupa extensos povoamentos, na parte Oeste do Alentejo,
bacia do Tejo e a terra quente de Trás-os-Montes. Está
frequentemente associada à azinheira e ao carvalho cerquinho, mas
também existe em matas estremes (onde só habita uma espécie) -
montados de sobro. Os "montados de sobro", como "os montados de
azinho", encontram-se geralmente em associação com uma outra
cultura ou pastagem. Existe também em povoamentos mistos com
azinheiras.
- UTILIZAÇÃO: Muito importante pelo valor
comercial da cortiça. Oferece uma boa protecção dos solos e é um
precioso aliado na luta contra os incêndios, devido à sua fraca
cobertura sub-arbustiva.
- OUTRAS: Em termos ecológicos a cortiça
apresenta uma importância muito grande, já que por um lado protege
a árvore do fogo e por outro serve de abrigo a inúmeros animais,
sobretudo insectos e plantas: musgos, líquenes e até algas
microscópicas. Para além da cortiça, os montados de sobro têm um
grande valor económico: a glande, alimento do gado suíno, a madeira
e a lenha, para queimar directamente ou fazer carvão, por fim, o
entrecasco de onde se extraem os taninos.
FONTES:
http://arvoresdeportugal.free.fr/IndexArborium/FichaSobreiroQuercussuber1.htm
http://giesteira.no.sapo.pt/o_montado.htm
EN: The cork oak is one of the most important species from the
Mediterranean, being areas of cork a characteristic type of
agro-forestry system, called the cork oak forests. There is a total
exploitation and use of Cork: the use of cork, fruit (acorns),
timber for firewood and charcoal, the existing hunting, land for
pasture and/ or cereals. The economic importance is undeniable and
we can see it mainly from the fact that Portugal have more than 55%
of world production of cork. According to information provided from
the Forest Institute, it is estimated that the annual production in
recent years is 35 thousand tons of virgin cork and 135 000 tonnes
of cork amadia. The cork oak forests also have a high ecological
importance, largely due to the stability of such ecosystems. We can
see this through the high bio-diversity and conservation of a
cultural heritage associated with these ecosystems. When speaking
of cork oak we can not forget the social and cultural problems that
can appear by replacing oaks. It will be just another factor for
accelerating the desertification of the Alentejo, because oak
forests requires the presence of men, thereby contributing to the
establishment of the rural population. WARNING: The initial
coordinates refer to the location of the cache.