Fonte e Capela da Senhora - Campanhã
Esta formosa capela de pequenas dimensões situa-se na Rua de Bonjóia e a sua edificação está intimamente ligada ao «milagre» da famosa Fonte da Senhora que aqui reproduzimos.
«... Ha nesta freguezia a fonte de Bonjoya, na estrada que vem do Porto para ella, e para a freguezia de Fanzeres, de cujas agoas se tem experimentado efeitos maravilhosos; porque dizem os naturais antigos, que aquella fonte brotava de repente de entre as pedras de que salte; sucedendo cahir do andor naquelle sitio a Imagem de Nossa Senhora de Campanhã, recolhendo-se da Cidade do Pana, onde tinha hido (como outras vezes) a pedir chuva; e que, nessa he a razão de ter a Senhora num braço encastoado, que então lhe quebrara, para ter hoje as mãos rotas para nos despender os seus beneficias por meyo da agoa daquela fonte»
A água teria rebentado miraculosamente por alturas de uma grande seca em 22 de Março de 1742.
Em 1862, a população ergueu no local um pequeno monumento (obelisco), hoje destruído, consagrado ao acontecimento.
Entretanto a fonte passou por várias peripécias, acabando por ficar soterrada.
Em 1956, iniciaram-se as primeiras tentativas oficiais para a restauração do referido fontenário e construção de uma nova memória sob a forma de uma capelinha. Encetadas as medidas necessárias, em 8 de Setembro de 1959 (dia da festa da padroeira), procedeu-se à cerimónia da benção da primeira pedra. Daí até à inauguração decorreram ainda dois anos povoados de obstáculos e contratempos.
Finalmente a 2 de Julho de 1961, em terrenos oferecidos pela familia Mitra, inaugurou-se a capela e a pequena memória exterior adjacente, entretanto restaurada.
Todos os anos é celebrada missa no dia da festa, saindo daqui a procissão de velas para a igreja na véspera da festa da padroeira.
A fonte «desenterrada» pela população e reactivada através da primitiva nascente, encontra-se hoje algo degradada chegando ao cúmulo de servir de depósito de detritos.
É, pois, urgente a sua recuperação conservando-se assim o simbolismo e a tradição (devoção e crença nas virtudes da água) a ela ligados.
Fontes:
Memórias Paroquiais na Divisão Administrativa do Porto. Freguesia de Campanhã.
Acerca da história e peripécias que rodearam a fonte da Senhora, veja-se:
- Livro das Águas do Município do Porto, vol. I.
- Boletim Cultural da C. M. Porto, XXVI, (3-4), 1963, pág. 666-720.
A Cache:
Em virtude da cache se encontrar por baixo do viaduto da VCI o ponto final aponta para o acesso à fonte do lado poente, imediatamente antes do GPS ficar baralhado.