De fundação medieval, a "villa" de Álvaro possui uma posição
geográfica de promontório, outrora de muito difícil acesso, que a
torna quase invencível: o seu casario branco ressalta no fundo
verde do pinhal, estendendo-se pela linha de cumeada ao longo da
crista que se ergue sobre o Rio Zêzere.
Sob duas pontes de pedra, uma das quais provavelmente romana,
passa a Ribeira de Alvelos ou Rio de Álvaro, que abraça a margem
esquerda do Zêzere. É neste idílio sobranceiro ao rio, que Álvaro
encerra um enorme património histórico e religioso.
Para conhecer bem a aldeia é preciso fazer o circuito das 7
Capelas e desvendar os seus segredos. Um pouco de História Nos
finais do século XII, Álvaro parece ainda não existir como
povoação. No entanto, a sua fundação terá surgido algum tempo
depois, com a construção de um Castelo na linha de defesa contra os
Mouros. Lutava-se ainda pela consolidação da Reconquista Cristã na
Península Ibérica.
A toponímia da zona onde se situam actualmente a Escola
Primária, a Capela de Santo António (perto da zona do Chão do Paço
), e a Rua do Castelo, a principal rua de Álvaro, assinala ainda
hoje a presença dessa fortificação e da sua alcáçova. Não se
conhecem outros vestígios materiais da sua existência mas é certo
que se terá situado na zona mais alta da Vila. Assim, não é
estranho que o povoamento de Álvaro se tenha ficado a dever a um
cavaleiro que, depois de ver o inimigo afastado, tomou o castelo
como casa. Esta ficou à guarda de um seu criado, de nome Álvaro
Peres, incumbido também de povoar e defender o sítio.
No século XV, D. Afonso V faz a doação das terras de Álvaro, com
suas jurisdições de juro e herdade, a Gomes Martins de Lemos,
Senhor deTrofa. No início do século XVI, Álvaro recebe Foral Novo
de D. Manuel I (1514). Dois séculos depois, Álvaro tinha cerca de
360 habitantes, e era seu donatário o Marquês de Marialva, que
confirmava os oficiais, incluindo os da Milícia, com funções
concelhias políticoadministrativas. A reforma administrativa de
Mousinho da Silveira, levou a uma mudança radical em Álvaro, que
perdeu a sua autonomia administrativa e judicial. Desde então
encontra-se integrada como freguesia no concelho de Oleiros
(Decreto de 9 de Novembro de 1836).