Nossa Senhora do Cabo
Nossa Senhora do Cabo Visita as seguintes freguesias, de 25 em
25 anos: Almargem do Bispo, Belas, Montelavar, Rio de Mouro, Stª
Maria e S. Miguel/Sintra, S. João das Lampas, S. Martinho, S. Pedro
de Penaferrim e Terrugem (recebeu o Círio em 2008)
Por vezes confundido erradamente com a devoção a Nossa Senhora da
Arrábida, que a tradição afirma datar de 1215, o culto medieval a
Nossa Senhora do Cabo ou Santa Maria da Pedra de Mua é
documentalmente mencionado pela primeira vez numa carta régia de D.
Pedro I, datada de 1366 e constitui uma das mais antigas e
interessantes manifestações de religiosidade popular em Portugal.
Divulgado o miraculoso achamento da imagem de Nossa Senhora no
espigão rochoso do Cabo Espichel, muito rapidamente o culto terá
levedado, não só entre as localidades mais ou menos vizinhas da
margem sul do Tejo, mas sobretudo na margem norte do rio,
recobrindo praticamente todo o território da região saloia. Aqui
viria a atingir assinalável relevo, ficando conhecido pela
designação de "círio saloio", "círio real" ou "círio do bodo",
tendo não poucas vezes contado com a especial proteção da Família
Real.
“ No mar Oceano, para a parte do meio dia a sul] da Corte, e
Cidade de Lisboa, mete a terra hua ponta, ou despenhada rocha, a
que os navegantes chamam o "Cabo de Espichel", e os antigos
chamaram Promontório Barbárico (…) Neste sítio sobre a rocha
se vê ao presente rua Ermidinha, que se edificou para memória, a
que chamam o Miradouro; é tradição constante, que apparecera a
imagem de nossa Senhora que por ser vista naquela rocha, a que
chamão Cabo, a denominàrão com este título." E passa a identificar
os autores da descoberta: "Os venturosos", e os que primeiro
descubriram este rico tesouro, foram alguns homens da Caparica, que
iam aquela serra a cortar lenha; e daqui teve principio serem eles
os primeiros também, que a festejassem. Por esta causa vão todos os
anos com o seu sirio a solemnizar a sua festa em o primeiro Domingo
de Junho (…). ” — Frei Agostinho de Santa
Maria