D. Agostinho Joaquim Lopes de Moura nasceu em Portela, Folhadela, Vila Real, em 16 de Janeiro de 1911.
Completada a instrução primária matriculou-se no Liceu de Vila Real donde saiu, completado o 19 ano, para ingressar na Congregação dos Padres do Espírito Santo e passou a frequentar o seminário que a Congregação tinha em Braga. Aí recebeu o hábito religioso em 19 de Março de 1922.
Em 1929 entrou no noviciado em Orly-Paris e a partir de 1930 frequentou a Universidade Gregoriana de Roma, tendo regressado a Portugal em 1933.
Em 1944 é transferido para Lisboa, como Superior da Comunidade dos Padres do Espírito Santo e é então que lança a L.I.A.M. (Liga Intensificadora da Acção Missionária).
Nomeado em 27 de Dezembro de 1952 para Bispo de Portalegre, recebe a Ordenação Episcopal na Igreja do Instituto que fundou em Carcavelos a 26 de Abril de 1953, tomando posse da Diocese, por procuração, a 2 de Maio e nela entrando aos dez dias desse mesmo mês e ano.
Chegado a Portalegre dedica-se de alma e coração à gigantesca obra de edificar o imóvel onde viria a funcionar o novo Seminário.
Foram lançadas diversas iniciativas para que o factor económico não viesse a atrasar a sua realização e o que parecia impossível aos olhos dos homens.. foi possível perante Deus:
- em 8 de Dezembro de 1953 Solenidade da Imaculada Conceição - foi lançada a P pedra; em 22-23 de Outubro de 1955 foi inaugurada a parte indispensável para que no ano de 55/56 decorresse no edifício, ainda em obras, o novo ano lectivo; em 8 de Dezembro de 1956 teve lugar a inauguração oficial do novo e imponente Seminário Maior de Portalegre.
Conjuntamente com a sua acção pastoral surgem diversos colégios diocesanos, sem os quais muitos jovens, por falta de meios, nunca teriam podido estudar.
O Sr. D. Agostinho batia a todas as portas a pedir ajuda monetária para as Obras com que dotou a Diocese e tal era a sua insistência em estender a mão à boa vontade alheia que dele se conta a anedota que passo a citar:
- "Em Abrantes, um garoto engoliu, por distracção, uma moeda de cinco escudos, de prata, que tinha já um diâmetro algo avantajado para a sua pequena garganta.
Os pais, aflitos, correram com a criança ao Hospital local e os médicos não eram capazes de lhe tirar a moeda que entretanto já chegara ao estômago.
No meio da confusão entrou na sala de observações outro clínico que a brincar comentou:
- se vocês não são capazes de tirar a moeda ao gaiato, não se preocupem, que eu mando chamar o Sr. D. Agostinho e ele fá-la saltar, de certeza absoluta!!!"
Durante o seu governo, a Diocese ficou dotada das estruturas físicas necessárias para a reactivação do espírito evangelizador. Inclusivamente mais uma benemérita família ofereceu, na Aldeia de Santa Margarida, um antigo solar que, depois de adaptado, serviu para as mais diversas actividades de apostolado:
- Cursos de Cristandade; Cursos de Catequese; Cursos de Noivos; Retiros; Encontros de Casais, etc..., etc..., etc.
Entretanto a Diocese vê o seu nome acrescentado a partir de 18 de Julho de 1956. Um Decreto Consistorial fê-la designar " Diocese de Portalegre-Castelo Branco", elevando a Igreja de S. Miguel Arcanjo de Castelo Branco ao título e grau de concatedral.
Após mais de um quarto de século à frente dos destinos desta porção do povo de Deus, o Sr. D. Agostinho de Moura pediu a sua resignação que lhe foi concedida em 28 de Setembro de 1978, retirando-se para Vila das Aves, numa residência anexa ao Mosteiro da Visitação, onde sua única irmã, a Madre Celina Lopes de Moura, era Superiora.
Veio a falecer aos 29 dias do mês de Novembro de 1989.
Às exéquias fúnebres, realizadas no dia seguinte, presidiu o Sr. D. Augusto César, seu sucessor na Diocese de Portalegre-Castelo Branco, tendo concelebrado o Sr. D. Manuel Nunes Gabriel, Arcebispo Emérito de Luanda e outros Prelados, bem como um numeroso grupo de sacerdotes oriundos dos quatro cantos da Diocese.
Fonte: Diocese de Portalegre-Castelo Branco
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