Penedo dos Mouros -
Arcozelo [Gouveia]
Castelo roqueiro do
Penedo dos Mouros
Localizado a 436m de altitude, o sítio (objecto
de investigações entre 1999 e 2002), localiza-se na plataforma do
Mondego e articula-se numa série de estruturas que ocupam um
tor granítico e a área imediatamente envolvente, que terão
sido abandonadas entre os séculos X-XI. Este tipo de castelos são
definidos como estruturas rudimentares com muros incipientes,
aproveitando sempre que possível as facilidades do terreno para a
defesa, implantados em locais elevados, privilegiando o campo de
visão. As suas muralhas aproveitaram a presença de batólitos
graníticos para se apoiarem, diminuindo o esforço de
construção.
Alguns destes primeiros castelos resultaram da
resposta de iniciativa local às sucessivas razias e movimentações
numa época de real instabilidade, como foi a da fase da
“Reconquista”.
Entre as diversas estruturas, destacam-se os
degraus, os sulcos, os entalhes, as pias, e algumas gravuras como
as “covinhas”, os reticulados e uma linha ondulante de
aspecto serpentiforme.
Actualmente o único acesso ao topo dos
afloramentos faz-se pelo lado Norte. A entrada é estreita e os
penedos que a ladeiam têm esculpidos sulcos e entalhes, dando ideia
de ter suportado algum tipo de estrutura perecível, que poderia
cobrir esta zona e vedar a entrada. Associada a esta cobertura/piso
estaria uma outra que lhe é sobreposta dando a ideia de um espaço
fechado intermédio (entre o nível do chão e o topo dos penedos). As
estruturas estão divididas essencialmente por três grandes penedos.
É verosímil que a passagem entre os diversos núcleos fosse
efectivada por estruturas perecíveis, uma vez que existem degraus e
entalhes no rebordo dos penedos. A parte central do conjunto é
constituída por dois blocos, num dos quais foi escavado uma espécie
de buraco de poste e no outro uma sepultura antropomórfica, que
deve ter sido esculpida em época posterior às restantes estruturas,
aproveitando uma plataforma que dá acesso ao maior núcleo de
degraus.
As escavações arqueológicas iniciaram-se em
1999, com a abertura de uma sondagem na zona Norte, junto da
entrada que dá acesso ao topo dos penedos. Os trabalhos realizados
permitiram a identificação de um grande derrube pétreo que ocupava
praticamente toda área da escavação. É entre este grande derrube
que têm vindo a ser exumados materiais cerâmicos, escórias,
fragmentos de ferro, um fragmento cilíndrico de bronze de pequena
dimensão, uma conta de colar de vidro e alguns pregos. O espólio,
muito fragmentado, permitiu identificar diversos contentores
cerâmicos com funções de armazenagem, de confecção e de contenção
de alimentos no momento das refeições, muitos dos quais feitos
manualmente.
Em 2000 a escavação permitiu identificar um
nível, que encosta à estrutura pétrea descoberta em 1999, onde
foram exumados diversos restos carbonizados de matéria orgânica,
nomeadamente sementes, carvões e minúsculos fragmentos de
ossos.
Os resultados até então obtidos permitem
interpretar este nível como correspondendo ao nível de destruição
do sítio, que terá sofrido um incêndio, motivando o ruir das
estruturas de madeira. Após a destruição do local não se assistiu a
uma reconstrução do castelo, tendo o mesmo sido abandonado, o que
determinou o derrube das estruturas pétreas sobre o nível de
incêndio. É provável que a destruição do sítio possa estar
associada às campanhas e razias que esta zona foi alvo
especialmente nos séculos X e XI.
O Castelo do Penedo dos Mouros está implantado
num tor granítico de tamanho relativamente grande, medindo,
aproximadamente, cerca de 30 m de comprimento, por 10 m de largura
e uma altura entre 7 e 13 metros — conforme o lado
considerado. De acordo com os dados disponíveis, apenas se pode
conjecturar acerca da função do sítio. É certo que se trata de uma
estrutura defensiva, mas, aparentemente, sem um território para
defender ou controlar. Podemos presumir que o castelo defendesse
pessoas ou bens, sendo possivelmente uma estrutura utilizada como
último refúgio em situações de perigo, como eram as razias,
protegendo essencialmente gado ou as reservas alimentares. Aliás,
esta última hipótese poderá ser corroborada pela identificação das
numerosas sementes recolhidas no local e já analisadas.
A zona envolvente caracteriza-se pela presença
de tors de tamanho variável, assim como de bolas, por
vezes agrupadas em concentrações, designadas por caos de
bolas.
Texto retirado da “Revista Portuguesa de
Arqueologia - Volume 7 - Número 1 - 2004, p.467-481” num
trabalho conjunto de Diego E. Angelucci, Catarina Tente e Ana Rita
Martins, e por mim adaptado.
[EN]
Penedo dos Mouros castle (Gouveia,
Portugal).
Fieldwork at the site, situated in the
so-called “Mondego platform”, was undertaken between
1999 and 2002. The site consists of a series of structures built
over and around a granitic tor, and that were abandoned
between the 10th-11th centuries AD. The geological,
geomorphological and archaeological data are discussed to erect a
working hypothesis concerning the function of the site as a castle,
as it does not possess any wide field of vision of the surrounding
land, apparently not showing the traditional features of the
medieval castles of the region.
For a complete
and Automatic
ENGLISH
TRANSLATION click here.
A
Cache:
O acesso ao
Penedo dos Mouros e à cache faz-se a partir da EN17 (N 40º 31.243 /
W 007º 37.109) seguindo um estradão e as indicações das várias
placas informativas. O estradão é perfeito para veículos TT,
bicicleta ou pedestrianismo, mas não muito aconselhado para carros
(rasteirinhos) devido a várias lombas, valas ou rochas salientes.
(Eu consigo levar até lá o meu com uma condução cuidada, mas se
entender fazê-lo com o seu, falo-a por sua conta e
risco).
O tesouro que
procuram encontra-se no topo do Penedo
“guardado” por um ser “Biónico”. Para lá
chegarem entrem pelo lado Norte (N 40º 31.674 / W 007º 37.782). Uma
vez no topo, tenham muito cuidado, especialmente com as
crianças. Para alcançar o tesouro existem duas maneiras:
A -Vencer uma
última dificuldade, saltando uma fenda com aproximadamente 1
metro de largura (Mais uma vez, tenham cuidado, especialmente com a rocha
molhada, não correndo
riscos desnecessários);
B - Descendo por entre os
dois enormes penedos e ao fundo virar à direita subindo um pouco, e
depois fazendo uma escalada fácil à esquerda. Este pequeno trilho
pode ter pequenos arbustos e silvas que deverá calcar ou cortar.
(Recomendado)
Divirtam-se.
[EN]
From the GPS
coordinates (N 40º 31.243 / W 007º 37.109) you can access to
“Penedo dos Mouros” and cache. The road is perfect for
TT vehicles, bicycles or trekking, but not for cars. If you want
you can try (I do it with my car) but if you do so, you do it by
your own risk.
The treasure
is in the top, (well guarded by an “alien
bionicle”), which you can access by the north side (N 40º
31.674 / W 007º 37.782). One’s in the top, please be
careful, especially with children’s. To reach the
treasure you have two
ways:
A - Face one last
challenge. A jump of approximately 1 meter long over a small
crack. As I said, please
be very carefully, and avoid
unnecessary risks;
B - Streaming
through a narrow passage between the two huge rocks and at the
bottom turn right and up a little, and then making an easy climb to
the left. This small trail may have spikes and bushes that you have
to trample or cut. (Recommended)
Enjoy.
Conteúdo inicial: Vários
colares, fios, brincos, broches, moedas, placas para cifrar
mensagens, e outras bugigangas.
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