A Ponte do Arrabalde tem grandes tradições na história de Leiria e
nas suas ligações para os diversos locais da freguesia de Marrazes,
para além de ser, de longa data, a passagem de saída na direcção da
estação dos caminhos-de-ferro e para a Estrada da Figueira da
Foz.
Não me foi possível estabelecer com exactidão a data de construção,
nem tão pouco saber quem foi o seu autor. No entanto, e após
consultar os ANAIS do Município de Leiria, de João Cabral, é
provável que a data de construção desta ponte seja anterior a
1823.
… Leiria tinha, além das pontes sobre o Rio Lis que eram a
dos Caniços, a mais antiga, a que estava em frente da Igreja do
Espírito Santo, a do Bairro dos Anjos, a do Arrabalde e a das
Mestras…
... Existiam também outras pontes menores, nos subúrbios da cidade,
por cima de pequenas valas. .../...
Foi deliberado na reunião de 16.7.1823, reparar a "Ponte de Pau",
...
(ANAIS
do Município de Leiria, vol. I, pág. 138)
… O Vereador Curado declarou, na reunião de 4.1.1877, que se
estivesse presente na de 21 de Dezembro do ano anterior, não
apoiaria a deliberação tomada da “construção do muro em
seguida ao que ultimamente foi construído no marachão do rio, por
ser da opinião que dali até à Ponte do Arrabalde se fizessem motas,
seguras com estacaria, salgueiros”, etc.
…
(ANAIS do Município de Leiria, vol. I,
pág. 225)
“… - Ti Ambrósia, vossemecê tenha paciência, mas
descalça é não pode entrar em Leiria. Olhe que as multas são
pesadas - advertiam-na as vizinhas, irmanadas pelo mesmo dilema. -
Faça como nós, vai descalça pelo caminho e só calça as sandálias à
entrada da cidade.
Após hesitações e recuos sem conta, lá se resignou a ti Ambrósia a
comprar um par de sandálias, amplas como 13 barcas, que lhe
custaram um dinheirão e que o sapateiro lhe afiançava serem macias
como uma luva.
- Vai ver que quando se apanhar com elas nos pés, nunca mais as
quer largar.
Maldita boca de trapos! O que o malandro queria era apanhar-lhe o
rico dinheirinho. Quando lhe perguntavam, depois, qual tinha sido o
pior dia da sua vida, a ti Ambrósia, não hesitava um segundo, quais
partos, quais doenças, quais sacrifícios e tragédias da vida, nada
se comparava àquele momento em que, fazendo das tripas coração,
conseguira encafuar as patorras naquelas malditas sandálias e se
aventurara a caminhar, aos tropeções, pelas ruas calcetadas da
cidade. Nem para o seu maior inimigo pedia tal suplício. Julgara
que ia morrer. Passados cinco minutos, uma eternidade, já tinha os
pés a escorrer sangue, as tiras de sola das sandálias enterravam-se
na carne até ao osso, já não se atrevia a dar nem mais um passo,
seria capaz de cair para o lado, com tanta dor que lhe subia até ao
coração. Desvairada, com a luz varrida dos olhos, descalçou-se e,
com as sandálias na mão, correu, correu, só descansou quando, com o
coração a galope como um cavalo no peito, já fora da cidade,
debaixo da Ponte do Arrabalde, enterrou os pés martirizados na
corrente fresca do rio. …”
(
“Ti Vida”, livro de Manuel Santos
Carvalho)
Em Janeiro de 2007 e no âmbito do projecto POLIS, a ponte foi
sujeita a uma intervenção para alargamento da via pedonal, tendo
ficado mais colorida e de aspecto mais sinuoso.
A
CACHE
Para aceder à cache, pode deixar o carro no parque (em Maio, este
espaço está reservado à feira que ali se realiza anualmente) e
fazer uma agradável caminhada junto ao rio, de aproximadamente 250
metros até ao local de busca.
A cache está colocada num local onde a afluência de pessoas é
normal, pelo que a discrição na procura, recolha e reposição da
mesma é imperativa.
Para manter a surpresa para os próximos visitantes, o contentor
deve ser recolocado exactamente no mesmo local.
Não publique fotos do contentor e quando fizer o log, se se referir
à cache, faça-o de forma cuidada para não a desmascarar.
Por favor não cole autocolantes no logbook e após registar a sua
visita, certifique-se que o contentor fica bem fechado.
É necessário levar material para escrita.