Ponto de Vigia da Crastinha mandado construir no século
XIX
“Os pontos de vigia do pinhal de Leiria são quatro olhos
vigilantes...” Pinto A. A., 1938.
O ponto de vigia da Crastinha foi mandado construir pelo ilustre
silvicultor Bernardino Barros Gomes no séc. XIX, juntamente com o
ponto do Facho. Com uma estrutura inicial de madeira (de duração
limitada), a sua construção foi sendo progressivamente alterada, o
que levou à sua substituição por armações de ferro. Em 1936,
através de um projecto elaborado pelo silvicultor Mário Amaro dos
Santos Galo, são substituídas as armações de ferro por cimento
armado.
A fiscalização dos focos incendiários era efectuada pelos
jornaleiros que viviam durante toda a época de defeso (Maio a
Outubro), numa casa anexa, situada junto ao ponto de vigia. Sem
direito a prémios, mas sujeitos a castigos, estes trabalhadores,
ocupavam o seu período de descanso fabricando colheres e garfos de
madeira de urze.
Os
incêndios são o maior inimigo do pinhal e nem sempre as medidas de
prevenção e de combate se revelam suficientes no combate a esse
flagelo que são os fogos florestais. Existem espalhados pela mata
vários pontos de vigia que ao longo de vidas, foram o único recurso
de prevenção aos fogos, equipados desde 1887, somente com uma
luneta giratória e um telefone. Hoje em dia, três destes postos de
vigia, são activados no período estival e comunicam via
rádio.
O maior incêndio florestal de que há memória ocorreu em 2003 e foi
detectado cerca das 15h do dia 2 de Agosto, sábado, pelo posto de
vigia 44.02 (Crastinha), no interior da Mata Nacional de Leiria
(MNL), próximo de um local denominado Poço dos Ingleses e Samouco,
na crista da duna que separa a zona de protecção da zona de
produção (talhão 139). No minuto seguinte, o posto de vigia 44-03
(Ponto Novo) comunica com o Centro de Prevenção e Detecção, sitiado
em Vila Nova de Poiares (CPD 05) a informar o rumo da coluna de
fumo, para assim se determinar com exactidão, através da
triangulação dos rumos, as coordenadas do local das colunas de
fumo. No dia 2 de Agosto, o fogo percorreu cerca de 2.000 ha, tendo
o reacendimento do dia 3 de Agosto (14.00h – 15.00h) consumido os
restantes 570ha, exclusivamente na zona de produção da MNL. Entre a
noite de 3 de Agosto e o dia 8 de Agosto, altura em que o incêndio
foi dado como extinto pelo Serviço Nacional de Bombeiros e
Protecção Civil, procedeu-se a acções de consolidação do rescaldo e
vigilância. A causa apurada pela brigada de investigação do Corpo
Nacional da Guarda Florestal aponta para um acto intencional na
ignição do incêndio. A figura apresenta a cartografia do incêndio.
As fotos mostram o que era a mata antes e depois do incêndio, ambas
foram tiradas a partir do Ponto das Castrinhas para
norte.
Fotos tiradas do Ponto das Castrinhas para Norte
Antes do
incêndio
Depois do incêndio
Do ponto de vista
natural, as dunas longitudinais entre o cordão natural e o mar,
foram sujeitas às primeiras tentativas de fixação das areias (no
início do Séc. XIX), através de um
processo apelidado localmente por Crastas.
Na coordenada fornecida vão encontrar uma micro que contém a
coordenada final.
ATENÇÃO MUITO PERTO DA COORDENADA FINAL EXISTE UM POÇO QUE SERVIA
PARA ABASTECER OS ANEXOS DO PONTO,
APESAR DE NÃO TER ÁGUA É FUNDO, COMO TAL TENHAM MUITO CUIDADO
PRINCIPALMENTE SE LEVAREM CRIANÇAS, O MOTIVO PELA QUAL COLOQUEI A
CACHE FINAL NESSE LOCAL DEVE-SE AO FACTO DE QUERER MOSTRAR 2
SOBREVIVENTES DO GRANDE INCÊNDIO, NOS MESES DE VERÃO E ATÉ 15 DE
OUTUBRO O PONTO VAI TER VIGIA COMO TAL SE QUISEREM SUBIR ATÉ LÁ
ACIMA PEÇAM AUTORIZAÇÃO E SE TIVEREM DIFICULDADES EM ENCONTRAR A
MICRO OU A FINAL ELES DÃO UMA AJUDA..
Desfrutem da vista e da Natureza e tentem imaginar que até Agosto
de 2003, ela era muito mais verde e bonita….boas
cachadas