Vinho Verde
Desde a Antiguidade que a cultura da vinha tem grande importância e
influência nesta Região, tanto no aspecto socio-económico como
paisagístico.
A videira, planta trepadora, tem utilizado nesta Região, ao longo
dos tempos, vários tipos de condução, dos quais se destacam os
seguintes: Enforcado – tem por suporte um tutor vivo, árvore
(de fruto ou madeira) onde a folhagem se entrelaça numa quase
simbiose. Festão e Arjoada – as videiras expandem-se
livremente num ou vários arames horizontais dispostos a diversas
alturas sustentados em tutores vivos. Ramada – tem por
suporte um tutor inerte (pedra, madeira, ferro, arame)
desenvolvendo-se a folhagem num plano paralelo ao solo, a altura
variável, formando autênticos corredores. Nestes casos, as videiras
ocupam as bordaduras das parcelas, deixando livre o restante
terreno para outras culturas. Cruzeta – tem por suporte
tutores inertes em forma de cruz, ligados entre si por dois arames
paralelos onde correm as videiras. Cordões – constituído por
um conjunto de postes dispostos em linhas paralelas, ligados entre
si por um arame onde corre o eixo da videira e/ou outros acima
deste que suportam a vegetação. Estas duas formas utilizam-se em
vinhas contínuas, a primeira a partir da década de 60 e a segunda
de 80, dando resposta às necessidades de mecanização da cultura e
maior eficiência nos tratamentos e na exposição solar.
A Ribeira-Lima faz parte de uma Região Demarcada. Aliás a segunda
maior do Mundo, denominada Região dos Vinhos Verdes onde se
produzem vinhos tintos e brancos com características muito
especiais e únicos no Mundo. Esta zona, pelas suas características
naturais de solo e clima, pelas castas que possui e formas de
condução praticadas, aliadas ao espírito laborioso das suas gentes,
produz vinhos muito diferentes mas todos com características
comuns, medianamente alcoólicos, ligeiramente ácidos, refrescantes
e frutados.
Os vinhos resultam da vinificação de uvas perfeitamente maduras de
castas regionais onde, nos brancos, o Loureiro tem representação
especial pela sua magnifica adaptação à zona, por dar origem a
vinhos muito apreciados pelo aroma pelas suas boas qualidades
organolépticas.
No tinto é a casta Vinhão que tem maior expressão. A Borraçal,
Verdelho, Espadeiro e Doçais emprestam aos vinhos sabores
peculiares. São de cor intensa, com uma diversidade do vermelho
rubi intenso ao retinto, perfumados a frutos silvestres, onde
domina a amora e framboesa, dadas pelo Vinhão e nuances de aroma a
especiarias, característico da casta Verdelho. São para acompanhar
pratos fortes, típicos desta Região, como sarrabulho, lampreia,
sardinha, bacalhau e carnes vermelhas.
A Ribeira-Lima tem 7540 viticultores com uma área de 3832 ha e uma
produção de 171692 hl (14,5% da produção da Região Demarcada)
correspondente a 14,3% do VAB das agro-florestais. Em termos
globais, há paridade entre a produção de brancos e tintos. Uma
elevada percentagem é laborada nas três Adegas Cooperativas —
Ponte de Lima, Ponte da Barca e Viana do Castelo — com
maquinaria e tecnologia actualizada.