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Esta Multi-cache tem como objectivo dar a conhecer Martim Branco, uma das aldeias de Xisto de Castelo Branco, bem como tudo o que lhe está associado: as levadas, os açudes, os antigos moinhos e a sua ribeira.
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O programa “Aldeias de Xisto” implementado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), usando fundos comunitários através do Programa Operacional da Região Centro, que para além de outras valências, inclui um processo de recuperação de edifícios.
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Neste processo foi reconstruído uma casa de dois andares – a Casa de Artes e Ofícios de Martim Branco – adquirida pela Câmara Municipal, na qual se insere uma loja que vende uma diversificada gama de produtos regionais e artesanato. Neste edifício está patente uma exposição permanente da fotógrafa Luísa Ferreira, denominada “Martim Branco em Martim Branco ”, que se prolonga pelas ruas e terrenos na aldeia, onde os protagonistas são os habitantes… A não perder!
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A primeira cache
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Encontra-se na aldeia de Martim Branco junto à sua Casa de Artes e Ofícios, mais precisamente na zona de lazer abaixo, em direcção ao ribeiro. Lá, encontrará as coordenadas finais.
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A segunda cache
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Encontra-se no Núcleo Moageiro perto do Açude da Grade, de tamanho small.
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IMPORTANTE! Não necessita de remover pedras das construções, para encontrar as Caches! Preserve o Património. Obrigado!
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A beleza natural desta pequena aldeia, pertencente à freguesia de Almaceda. Para lá chegar vai ser necessário percorrer os trilhos do percurso pedestre “Caminho de Xisto de Martim Branco”, que se divide em dois:
PR2 – Extensão de 9,5 km, até Almaceda, que passa por açudes e moinhos.
PR2.1 – 1,5 km, que nos leva até à Ponte da Volta.
Para encontrar a cache final, poderá apenas percorrer pouco mais de metade deste percurso e voltar para trás ou seguir até à Ponte da Volta e depois percorrer o trilho PR2 no sentido inverso.
Poderá ainda, percorrer o trilho PR2, cruzar a ribeira na Ponte da Volta, encontrar a cache e regressar a Martim Branco pelo percurso PR2.1.
(ver em anexo os percursos)
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No percurso PR2 vai ser possível descobrir, ao longo do curso da Ribeira de Almaceda, vestígios de engenhos para aproveitamento desta riqueza natural – os açudes. Aproveitando uma zona do leito mais largo, de fundo rochoso e margens escarpadas, obtida a respectiva licença, geralmente associada ao alvará do moinho, construía-se o açude.
No Verão, com a ribeira seca ou, correndo pouco sendo represada a montante, o leito era totalmente limpo de cascalho até ficar à vista a rocha-mãe. Então, eram colocados grossos troncos de freixo verde, bem encaixados e travados nas rochas do fundo e nas pedras ou nas arribas das margens. Entre os troncos, eram colocadas ao alto grandes pedras de xisto bem encaixadas e travadas nos troncos de freixo. Dispunham-se, assim, várias camadas consolidadas entre si com terra e juncos até à altura pretendida. Por cima, constituindo o passadiço, eram colocadas pesadas pedras da ribeira, calcetadas com outras mais pequenas em cunha, de forma idêntica às estradas romanas. Uma vez construído o paredão frontal, o cascalho do leito era puxado de modo a ficar encostado ao paredão, do lado de dentro do açude, a fim de que a água chegasse ao paredão já em remanso.
Na margem em que se situa o moinho e o vale fértil, iniciava-se a construção da levada, pela boca de saída do açude incrustada na rocha ou protegida por grandes pedras. Poucos metros a seguir e correndo a levada ainda bem junto à ribeira, era construída uma porta de descarga da água da levada para a ribeira, o que permitia regular a quantidade de água na levada, quando era em excesso.
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No percurso PR2.1, após o atravessamento da ponte da Volta percorre-se a “Levada dos Moinhos”, passando pelo antigo núcleo moageiro, em direcção a Martim Branco.
Neste núcleo pode-se apreciar um Moinho de roda horizontal ou de rodízio. Lopes Marcelo, no seu livro Moinhos da Baságueda – Comunidades Rurais: Saberes e Afectos, explica que «…quando a levada chegava junto do moinho, antes da água ser encaminhada para cada uma das cales, existia do lado da ribeira uma abertura de descarga, por onde a água corria para a ribeira, quando o moinho não trabalhava, ou quando a água era em excesso. Para o moinho trabalhar, tal abertura de descarga é tapada e a água é encaminhada directamente para a cale que a conduz para cair em cima do rodízio. De facto, da levada ao rodízio, a água segue por um túnel de boca larga e saída estreita que forma uma cuba a acompanhar o desnível do terreno que, enchendo, descarrega a água com impacto sobre as penas, fazendo girar o rodízio através de energia limpa e renovável…
O moinho representa, com as suas complexas engrenagens de moenda a forma mais qualificada de um sistema primitivo de trituração dos grãos do cereal. Ele preenche todo o imaginário de um tempo, os seus sons, os seus discursos, o seu espaço habitado e frequentado, os seus tempos de laboração, os seus principais actores (moleiros). Compreender um moinho é compreender toda a história económica, social e cultural desta zona.”
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Agradecimentos ao geopate pela ajuda na realização da Cache.
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