Lenda das Fragas de Pena
Má
Assim rezam as crónicas:
“Salamonde, chamada Salveia no tempo dos Romanos, fazia parte do itinerário que
ligava a cidade de Bracara Augusta (Braga)
aAquae Flaviae (Chaves). Actualmente, parte deste
trajecto está ocupado pela EN-103.
A freguesia tem uma só capela, denominada Almas
de Rio-Mau, porque foi edificada junto ao pequeno regato que a
atravessa e tem o nome de Rio-Mau. Este regato,
porém, perde este nome perto da Capela e da estrada e toma o nome
de Ribeiro de Secarias, até desaguar no Rio Cávado que passa a uns
bons quilómetros da estrada. No seu percurso tem grandes e
pitorescos despenhadeiros. Entre eles são conhecidas, na freguesia
e fora dela, as chamadas Fragas de Pena Má, onde
vêm tantas pessoas de freguesias longínquas… passar doentes
para se sararem.
Parece, porém, que a “mezinha” só dá resultado com
crianças do peito, ou de dois a cinco anos. Seja como for, o facto
é que esta actividade só é efectuada durante a noite para que o
“passageiro” não
seja alvo de ditos picarescos e chuchadeira cerrada da parte das
pessoas mais atiladas.
Vão sempre meia dúzia de pessoas – para não haver medo
– mas tudo em silêncio profundo. Vão por um caminho e voltam
por outro diferente senão a criança morre.
A mulher “passadeira” vai à frente. No sítio dos
“passes” pára, volta a cara para a nascente do regato,
abre os pés até à distância de uns 70cm, arregaça a saia. Nessa
altura aproxima-se pela retaguarda outra mulher com a criança
(normalmente é comadre ou amiga velha da passadeira). A passadeira
então pergunta:
- O que é que tu me dás?
- Doenças das penas más. – tal é a resposta.
Passam a pobre criança por entre os pés da passadeira.
Repetem isso três vezes. Em seguida, tiram a
camisa que a criança leva vestida, vestem-lhe uma nova “em
folha”, que já vai de casa de propósito para isso. Entregam a
criança à mãe ou à pessoa que a levou, enquanto a passadeira se
volta para a foz do regato e, na mesma posição, passa pelos pés a
camisa tirada à criança, e exclama:
Raios te parta e a Satanás,
Na rocha das Penas-Más,
Camisa maldita,
Camisa proscrita…
Camisa doente,
Que o mal não sente.
Na tua viagem para o mar
A doença levarás
Que esta criança traz…
Camisa doente que o mal não sente,
Na tua viagem para o mar
A doença levarás
Que esta criança traz
Raios partam as doenças,
Raios partam a Satanás…
Viva aquela criancinha
Curada nas Penas-Más.
E atira com a camisa pela água abaixo. Depois, tudo palra. Chegam a
casa, e então uma boa ceia é o fecho da obra. No sítio das
Penas-Más, e dali até ao rio, tudo são camisas de crianças aos
pedaços.”
(in “Colecção Património” – Câmara
Municipal de Vieira do Minho)
Para cá chegar é
necessário estacionar perto da placa indicativa de acesso (ver
foto) e subir em direcção a Sul pelo leito do ribeiro, são
necessárias as devidas cautelas, pois as pedras estão cobertas de
musgo.
A Cache:
Esta encontra-se aproximadamente a 7 metros do ponto
zero.
Este ponto zero é quase virtual, é que nas visitas por nós
feitas a este local nunca conseguimos o mesmo sitio derivado a ser
um local profundo encravado entre paredes graniticas.
Tenham cuidado na abordagem pois ela está em sitio onde é
necessário muitas cautelas.
O contentor é um tuperware rectangular e contem:
- Log-book
- Lapis
- 2 porta-chaves
- Bola de Ping-pong
- Bolsa p/telemovel
- Fita
- Brinquedo
Esperamos que se divirtam,
façam muitas fotos e tenham a sorte de ter um dia soalheiro e sem
humidade.
Das: Xinderella e Chepa